A assinatura do Acordo de Paris é um grande passo no combate às mudanças climáticas

(Acima) Um iceberg na Ilha Ammassalik no leste da Groenlândia. Dados relativos ao gelo do Ártico demonstram que o gelo está derretendo rapidamente (© AP Images)

“Estamos em uma corrida contra o tempo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a líderes mundiais que se reuniram para assinar o histórico Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas em Nova York no Dia da Terra, em 22 de abril. “A era do consumo sem consequências chegou ao fim.”

O Acordo de Paris, um consenso de 196 partes para a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, foi negociado em dezembro de 2015, para limitar o impacto destrutivo das mudanças climáticas.

Mais de 170 países assinaram. Quinze deles adotaram o passo seguinte de aderir ao acordo, processo de aprovação formal que difere de país para país.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, enfatizou a importância de não somente assinar o acordo, mas de aderir a ele, dizendo que seu poder reside “na mensagem que envia para o mercado” e o chamou de “sinal inequívoco de que a inovação, a atividade empresarial, a alocação de capital, as decisões que os governos tomam” vão todos apoiar um novo futuro energético.

Tuíte: Pronunciamento de @JohnKerry sobre assinatura do Acordo de Paris. #ParisAgreement #ActOnClimate #EarthDay

Kerry destacou que o investimento global em tecnologias renováveis já ultrapassou os gastos em novas usinas de combustíveis fósseis — US$ 330 bilhões durante o ano passado — e há a previsão de que esse investimento aumente. O secretário ressaltou a urgência de agir, uma vez que as temperaturas globais tendem a se elevar e o gelo polar se derrete a taxas alarmantes.

As medidas previstas no Acordo de Paris são destinadas a reduzir de maneira eficaz as emissões de gases de efeito estufa e prevenir um aumento da temperatura global que poderia intensificar as secas, a desertificação, os eventos climáticos severos e a elevação do nível do mar. O objetivo é limitar o aumento da temperatura para bem abaixo de 2 graus Celsius e acima dos níveis pré-industriais.

Qual o próximo passo?

A assinatura do acordo inicia processos de cada país signatário para aprovar o Acordo de Paris e aderir a ele. O acordo somente entrará em vigor* depois que pelo menos 55 países que representam, no total, um mínimo de 55% das emissões globais de gases de efeito estufa, apresentarem seus documentos formais de aceitação ao secretário-geral da ONU. Kerry disse que os EUA, que respondem por aproximadamente 16% das emissões globais de dióxido de carbono, pretendem aderir ao acordo dentro de um ano.

“Nada do que temos de alcançar está além de nossa capacidade em termos de tecnologia. A única questão é se isso está além de nossa vontade coletiva”, afirmou Kerry, conclamando todas as nações a aderir.

* site em inglês