Jamala, cantora popular de origem tártara crimeana, está cantando uma canção sobre a deportação forçada de seu povo durante a Segunda Guerra Mundial. A música está chamando a atenção para a nova repressão a que o mesmo povo está sujeito.
A canção, intitulada “1994”, conta a poderosa história de como Josef Stalin forçou a bisavó da cantora e compositora e outros tártaros crimeanos a abandonar suas casas em 1944. À época, quase metade dos mais de 230 mil homens, mulheres e crianças* que foram enviados à Ásia Central e outras partes da União Soviética morreram a caminho de seus destinos ou logo após chegarem.
Recentemente, a canção teve a honra de ser indicada para representar a Ucrânia* no concurso Eurovision 2016 que será realizado em maio em Estocolmo.
Durante uma competição em nível nacional na Ucrânia, que qualificou Jamala para o evento da Eurovision, ela competiu contra outros cinco finalistas e recebeu a maior nota* dos jurados e do público (via mensagens de texto).
Sobre Jamala

Jamala — cujo nome verdadeiro é Susana Jamaladynova — nasceu em Osh, no Quirguistão, de pai tártaro crimeano e mãe armênia. Ela iniciou sua carreira musical* em 2005 e ganhou fama depois de vencer o concurso de canto internacional New Wave em 2009. Jamala compõe e canta sua própria música, que inclui jazz, soul, R&B e pop.
Para muitos ucranianos, a letra de “1944” traçam um paralelo com a crescente repressão contra os tártaros na Crimeia de hoje. (Jamala canta: “Não poderia passar minha juventude lá porque você tirou a minha paz.”)
Autoridades de ocupação russas estão sujeitando a minoria étnica muçulmana a interrogatórios, espancamentos, detenções arbitrárias e invasões policiais em suas casas e mesquitas. Mais de 10 mil tártaros crimeanos foram novamente forçados a deixar a Crimeia desde o início do conflito.
Acompanhe as notícias sobre a Ucrânia através do Twitter em @UnitedforUkr* e inscreva-se para receber atualizações semanais em United for Ukraine** (Unidos pela Ucrânia).
* site em inglês
** site em inglês e russo