
Em 2019, os Estados Unidos vão conduzir uma nova maneira de levar mais investimento do setor privado dos EUA para países em desenvolvimento ao redor do mundo.
O governo Trump denomina a abordagem de “uma nova era de financiamento do desenvolvimento por parte dos EUA”.
Liderando o esforço: uma nova agência chamada Corporação Internacional de Financiamento do Desenvolvimento dos EUA (DFC, na sigla em inglês). Ela vai ter acesso a US$ 60 bilhões em capital financeiro a fim de ajudar empresas americanas a investir em mercados emergentes ao redor do mundo sem fazer com que os países caiam em uma armadilha de dívida de longo prazo.
Esse montante é quase o dobro da capacidade de empréstimo dos EUA para uma agência que o país vai substituir. O empréstimo é para investidores privados, e não para governos.
Ray W. Washburne, que está envolvido na criação da DFC, chama o esforço de “uma alternativa robusta para (…) investimentos direcionados para Estados, que podem deixar países em desenvolvimento em uma situação pior”.

“Com mais ferramentas, mais flexibilidade e mais espaço de manobra, os Estados Unidos vão poder ter ainda maior impacto”, disse Washburne, que atualmente chefia a Corporação para Investimentos Privados Internacionais (Opic), que será transformada em uma nova agência.
Uma grande diferença é que a nova agência vai ter a habilidade de fazer investimentos de capital, algo que a Opic não era capaz de fazer. Isso significa que as empresas que quiserem entrar em mercados de países em desenvolvimento podem obter capital inicial vendendo ações em seu novo empreendimento para a DFC. Essas empresas injetam esse capital em países em desenvolvimento na forma de empregos locais, novos negócios e projetos de infraestrutura.
A nova competência é importante porque fornece incentivo para o setor privado investir em países de renda baixa e média.
A nova abordagem fazia parte da Lei Build* (Melhor Utilização de Investimentos para Alavancar o Desenvolvimento, em tradução livre) que o presidente Trump sancionou em outubro após passar pelo Congresso com apoio bipartidário.
“Empresas americanas dão ênfase ao Estado de Direito, à transparência,
ao recurso para investidores e à igualdade de condições (…)
Esse modelo operacional é o segredo subjacente de nossa
cultura empresarial e de nossa economia em expansão.”
— Tibor P. Nagy, Jr., secretário adjunto para Assuntos Africanos,
Departamento de Estado dos EUA
A Lei Build deixa claro que a DFC vai dar prioridade a projetos em setores que têm demonstrado impulsionar o desenvolvimento como saúde, transporte, moradia e tecnologia da informação e da comunicação. Empresas de propriedade de mulheres também têm um status especial.
Assim como outras iniciativas de assistência por parte dos EUA, os projetos vão criar empregos e impulsionar economias no âmbito local sem sobrecarregar os países em desenvolvimento com dívidas.
As empresas que firmarem acordos com a corporação terão os mesmos altos padrões de direitos ambientais, sociais e trabalhistas esperados das empresas que operam nos Estados Unidos.
* site em inglês