Nadia Murad, que está dividindo o Prêmio Nobel da Paz de 2018, transformou a brutalidade que sofreu nas mãos do Estado Islâmico (EIIL, EIIS, Daesh) no Iraque em uma campanha mundial em favor da liberdade religiosa e dos direitos das mulheres.
O vilarejo onde Nadia mora, chamado Kocho e localizado no norte do Iraque, foi invadido pelo EIIL em 2014. Os militantes executaram centenas de homens e mulheres — incluindo membros da família de Nadia — e venderam as mulheres mais jovens, incluindo Nadia, em mercados de escravos no Iraque e na Síria.
A intenção expressa do Estado Islâmico nesse ataque e em outros na região de Sinjar, no Iraque, era exterminar os yazidis, que correspondem a 400 mil e 500 mil pessoas no Iraque. “Os yazidis eram um alvo especial para o EIIL”, disse Nadia. “Eles disseram: ‘Esta nação é pagã e estamos aqui para exterminá-los.'”

Nadia foi escravizada na cidade de Mossul, além de estuprada e torturada por seus captores. Depois de meses de cativeiro, ela conseguiu escapar com a ajuda de uma família que a contrabandeou para fora da região controlada pelo Estado Islâmico. Nadia tem se pronunciado corajosamente nos anos desde sua fuga a fim de chamar a atenção para a situação difícil dos yazidis.
Em 5 de outubro, ela e o médico Denis Mukwege, do Congo, dividiram o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho visando acabar com o uso do estupro em massa como arma de guerra.
“O estupro era usado para destruir mulheres e meninas, e garantir que essas mulheres nunca pudessem voltar à vida normal”, disse ela ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em dezembro de 2015, através de um intérprete.
Em julho de 2018, Nadia participou da primeira reunião ministerial sobre a liberdade religiosa do Departamento de Estado, onde pediu à comunidade internacional para ajudar os yazidis “a praticar sua religião livremente e proteger suas crenças de serem alvo de aniquilação”.
A luta por liberdade religiosa para as pessoas em todo o mundo é uma prioridade dos Estados Unidos. Naquela reunião sobre liberdade religiosa, o vice-presidente Pence afirmou que os EUA “apoiam a liberdade religiosa ontem, hoje e sempre”.