
Os Estados Unidos e a China são as duas maiores economias e as maiores potências comerciais. Também estão entre os principais destinos do investimento estrangeiro no mundo. Mas é aí que as semelhanças econômicas terminam.
Considere os resultados mais recentes do Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, organização independente, internacional e não governamental. O índice analisa fatores como mercados, capital humano, qualidade da educação e intensidade da concorrência de um país. Os Estados Unidos superam a China em todas as categorias. No geral, os Estados Unidos são o número 1 e a China ocupa o 28º lugar. (Cingapura ficou em segundo lugar).
Os Estados Unidos também estão à frente no índice “Facilidade de fazer negócios” do Banco Mundial, onde a China ficou em 78º lugar entre 190 potências econômicas, 72 lugares atrás dos Estados Unidos (6º).
O Banco Mundial baseia seu ranking em fatores, incluindo a capacidade de obter crédito, a facilidade de abrir um novo negócio e proteções para investidores minoritários. A Nova Zelândia ficou em primeiro lugar.
Ambos os rankings ajudam as empresas a decidir onde investir e negociar, e podem orientar os formuladores de políticas a moldar suas estratégias econômicas.
Uma economia controlada pelo governo
A dificuldade de fazer negócios na China se resume ao papel dominante do governo comunista na economia, incluindo políticas de cima para baixo que favorecem as empresas chinesas em detrimento dos investidores estrangeiros. Isso cria um campo de atuação desleal para as empresas internacionais e distorce os mercados globais. Pode ser comparado à abordagem mais orgânica, de baixo para cima, dos Estados Unidos, que oferece igualdade de condições que permite uma maior abertura de espaço para a inovação.
Embora a China tenha feito progressos em direção a políticas orientadas para o mercado nas últimas décadas, o governo ainda está fortemente envolvido na economia por meio de sua rede dominante de empresas estatais, de suas diretrizes para canalizar investimentos através de bancos estatais e regulamentações obscuras que discriminam empresas estrangeiras.

Por exemplo, como parte da política industrial “Feito na China 2025” da China, o governo direciona investimentos para indústrias de alta tecnologia com o objetivo de aumentar as empresas locais em prejuízo dos concorrentes internacionais. Por meio dessa política, as empresas chinesas obtêm uma vantagem injusta no acesso ao crédito, na obtenção de licenças comerciais, na licitação de contratos e na aquisição de recursos.
Em contraste, o governo dos EUA geralmente não possui participações em negócios importantes e o governo dos EUA não discrimina entre empresas locais e estrangeiras. Tem um mercado de capitais eficiente e privado.
Como esses rankings mostram, fazer os tipos de reformas que colocariam a China de volta no caminho rumo a uma verdadeira economia de mercado não seria apenas mais justo para o mundo, mas também beneficiaria a própria China.