As ações da Coreia do Norte ameaçam a aviação civil

O que você pensaria se estivesse viajando de avião e, ao olhar pela janela da aeronave, avistasse um míssil?

Para pessoas voando no Leste Asiático, essa não é uma ideia absurda. Em 28 de novembro de 2017, a tripulação de um voo comercial de São Francisco para Hong Kong testemunhou partes do teste de mísseis balísticos intercontinentais da Coreia do Norte cruzando o espaço aéreo.

“A possibilidade de um míssil norte-coreano ou partes de um míssil afetar uma aeronave civil é real”, afirmou o secretário de Estado, Rex Tillerson, em uma reunião realizada em 16 de janeiro em Vancouver com ministros de 20 nações empenhadas em deter os perigosos programas nucleares e balísticos da Coreia do Norte. Durante a reunião, foram discutidos assuntos relacionados à segurança e à estabilidade na Península Coreana.

Tillerson citou dados da Administração Federal de Aviação dos EUA mostrando que o voo se encontrava a apenas 280 milhas náuticas de onde o míssil caiu, observando que havia outros nove aviões localizados dentro desse alcance.

Animação mostra rotas aéreas passando sobre e beirando a Coreia do Norte (Departamento de Estado)
Ilustração das rotas aéreas de aviões comerciais (Departamento de Estado)

Ao longo daquele dia, disse ele, estima-se que 716 voos transportando um total de até 152.110 passageiros percorreriam aquela mesma área.

“São muitos passageiros de vários países sendo colocados em risco por um teste irresponsável de mísseis balísticos”, disse Tillerson, sentado em frente a um mapa com centenas de ícones de aviões amarelos representando trajetos de voos no Leste Asiático

“A disposição da Coreia do Norte de lançar mísseis em qualquer momento representa uma ameaça diária
para pessoas de todas as nacionalidades no espaço aéreo da região.”
~ Secretário de Estado, Rex Tillerson

Duas vezes em 2017, a Coreia do Norte lançou mísseis sobre o Japão. Mísseis que poderiam ter atingido centros populacionais, declarou o secretário.

“A ameaça de segurança imposta pelo programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte não está mais restrita ao Nordeste da Ásia, mas se tornou realmente global”, afirmou na reunião Kang Kyung-wha, ministra das Relações Exteriores da Coreia do Sul. Vários outros ministros observaram que a possível área a ser afetada pela ameaça norte-coreana tem se ampliado.

Secretário Tillerson sentado entre duas mulheres à mesa com um mapa atrás (© Ben Nelms/Reuters)
A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kang Kyung-wha (à esquerda), o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, e a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland (à direita), em reunião sobre a Coreia do Norte (© Ben Nelms/Reuters)

Durante a reunião, os ministros concordaram que as nações trabalhariam juntas para assegurar que as sanções impostas à Coreia do Norte sejam estritamente cumpridas e concordaram em tomar medidas para evitar que a Coreia do Norte evadissem as sanções.

O Conselho de Segurança da ONU, que impôs sanções contra a Coreia do Norte desde o primeiro teste nuclear do país em 2006, aprovou novas sanções em resposta a seu sexto teste nuclear em 3 de setembro de 2017. O presidente Trump designou a Coreia do Norte como “Estado patrocinador do terrorismo” em novembro de 2017, e rodadas de sanções dos EUA no final de 2017 têm como alvo pessoas físicas e jurídicas, como empresas de expedição e transporte.

Muitos outros países adotaram medidas além das sanções da ONU, incluindo sanções econômicas e a expulsão de diplomatas norte-coreanos.

“Nossas nações repetiram uma mensagem unificada que enviamos anteriormente ao regime”, afirmou Tillerson. “Não aceitaremos uma Coreia do Norte com armas nucleares. Todos nós compartilhamos uma política e uma meta: a desnuclearização completa, verificável e irreversível da península coreana.”