Ada Limón inicia seu mandato como poeta laureada dos EUA

Ada Limón, a 24ª poeta laureada dos EUA e a oitava mulher a desempenhar essa função, levará sua poesia acessível e seu foco na natureza à sua primeira leitura como laureada em 29 de setembro na Biblioteca do Congresso*.

A posição de laureada “chama a atenção para a arte da poesia e da literatura em geral”, diz Kathy Fagan, ela mesma poeta e professora de inglês na Universidade Estadual de Ohio. “É um símbolo para outras nações que a nossa valoriza a antiga arte da poesia.”

Em julho, a bibliotecária do Congresso Carla Hayden anunciou a nomeação de Ada como poeta laureada dos EUA, e o mandato de Ada começou no início deste mês.

“Seus poemas acessíveis e envolventes nos ancoram onde estamos e com quem compartilhamos nosso mundo”, disse Carla. “Eles falam de verdades íntimas, da beleza e do desgosto que é viver, de maneiras que nos ajudam a seguir em frente.”

Ada Limón publicou seis livros de poesia*, incluindo um volume de 2018 intitulado The Carrying (O carregar, em tradução livre), que ganhou o prestigioso Prêmio do Círculo Nacional de Críticos Literários. Criada na Califórnia, Ada agora vive em Lexington, Kentucky, onde apresenta um podcast de poesia chamado “The Slowdown” (A desaceleração, em tradução livre). Ela é a primeira latina e mexicana-americana exercendo esse papel.

Kathy, cujas seis coleções de poesia incluem Bad Hobby, diz que o trabalho de Ada é compreensível para todos os tipos de leitores.

“Seu trabalho é claro e terno e sobre as coisas deste mundo — animais, família, crescer como uma menina”, diz Kathy. “É o que a poesia quer fazer — alcançar os leitores e levá-los a conhecer um novo lugar no mundo.”

O poema de Ada “How to Triumph Like a Girl” (Como triunfar como uma menina, em tradução livre), do livro Bright Dead Things (Coisas mortas brilhantes, em tradução livre), começa assim (em tradução livre):

Capa do livro <i>The Carrying</i> de Ada Limón (© Milkweed Editions)
Capa do livro The Carrying de Ada Limón (© Milkweed Editions)
“Gosto mais das éguas,
como elas fazem tudo parecer fácil,
como correr 65 quilômetros por hora
é tão divertido quanto tirar uma soneca, ou a grama.
Eu gosto da arrogância delas, depois de vencerem.
                                   Orelhas para cima, meninas, orelhas para cima!”

 

Kathy tem o prazer de ver uma mulher de cor nomeada para esse cargo de prestígio, que Ada conquistou depois de Joy Harjo, ameríndia.

Ada escreve tão lindamente sobre o meio ambiente quanto sobre os animais, observa Kathy. Em “Instructions on Not Giving Up” (Instruções para não desistir, em tradução livre), do The Carrying, Ada escreve sobre o desabrochar da primavera (em tradução livre):

“Paciente, se arrastando, uma pele verde
surgindo sobre o que quer que seja que
o inverno nos causou, um retorno
à estranha ideia de viver continuamente apesar
da bagunça de nós, da dor, do vazio. Ótimo então,
eu aceito, a árvore parece dizer, uma nova folha lisa
se desenrolando como um punho na palma da mão aberta,
eu aceito tudo.”

Ada afirma que espera ampliar a capacidade da poesia de restaurar a humanidade. “Repetidas vezes, tenho testemunhado o imenso poder da poesia de nos reconectar ao mundo, nos permitir curar, amar, sofrer, nos lembrar de todo o espectro da emoção humana”, diz ela*.

A poesia exige mais esforço do que a música pop, observa Kathy, mas oferece, especialmente com uma poeta acessível como Ada, uma maneira de desacelerar e prestar atenção ao que é importante.

* site em inglês

accessible poet like Limón, a way to slow down and pay attention to what’s important.