Adolescente gênio da tecnologia ajuda bullies cibernéticos a repensar suas palavras

Moça de pé falando em frente de telões de TV (© Michael Desmond/ABC/Getty Images)
Trisha Prabhu apresenta sua ideia do aplicativo ReThink para investidores em um programa de TV (© Michael Desmond/ABC/Getty Images)TRISHA PRABHU (RETHINK)

Trisha Prabhu, 17, de Naperville, Illinois, não é uma aluna típica do ensino médio. Ela é inovadora de alta tecnologia desde os 13 anos, quando criou o aplicativo ReThink —tecnologia patenteada que visa reduzir o bullying cibernético (ou virtual) por parte de adolescentes.

Trisha projetou o aplicativo depois de ouvir falar sobre uma menina de 12 anos da Flórida que se matou depois de ser atormentada on-line.

O aplicativo inclui algoritmos que detectam quando uma mensagem agressiva está sendo composta. Em seguida, envia um alerta, pedindo que o usuário pause e reconsidere sua mensagem antes de publicar.

Embora o aplicativo não tenha como objetivo inibir a liberdade de expressão ou impedir que as pessoas emitam seus pontos de vista, ele pode ajudar os adolescentes a proteger seus pares — e muitas vezes, eles próprios — de um comportamento impulsivo com consequências muito reais.

Os usuários de aplicativos finalmente decidem o que (ou se) podem publicar on-line. Mas estudos indicam que em mais de 93% do tempo, o aplicativo persuade os usuários a evitar publicar algo nocivo para terceiros.

Lançado em 2015, ReThink foi apresentado aos estudantes dos Estados Unidos para combater o bullying cibernético.

Trisha credita seu foco acadêmico em assuntos ligados aos campos de CTEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), ajudando-a a projetar e construir seu aplicativo.

O uso de tecnologia para incentivar melhores hábitos on-line em adolescentes é importante, diz ela, porque “as cicatrizes do bullying cibernético podem durar toda a vida: depressão, baixa autoestima, evasão escolar e uma maior taxa de abuso de álcool e de substâncias [psicoativas]”.

Ilustração de telefone e cérebro (© Trisha Prabhu)
(© Trisha Prabhu)

Estima-se que 52% dos adolescentes dos EUA tenham sido vítimas de bullying cibernético, mas não são os únicos que pagam um preço. Os adolescentes que têm como alvo seus pares on-line podem perceber uma maior dificuldade de aprovação nos processos de seleção para entrar para a faculdade e menos perspectivas de emprego no futuro.

Cada vez mais, os integrantes do corpo de admissão e os empregadores de universidades verificam os perfis dos candidatos nas redes sociais. Dessa forma, comentários preconceituosos postados com pressa podem se traduzir em oportunidades perdidas, constrangimentos e arrependimentos ao longo da vida.
“Por favor, pare para pensar sobre o significado de cada palavra que você publica on-line”, Trisha alerta seus pares. O que você expressa no mundo virtual “representa você e sua identidade digital — e nunca desaparece”.

De acordo com Trisha Prabhu, a abordagem do ReThink poderia ao final das contas se tornar global.

“No início de 2018, vamos lançar ReThink em espanhol e hindi”, diz Trisha. Ela espera disponibilizá-lo em outras línguas, incluindo mandarim e russo.

O aplicativo ReThink mudou a vida de Trisha. Ela formou sua própria empresa, deu palestras TED (acrônimo em inglês para Tecnologia, Entretenimento, Planejamento) e lançou seu conceito ReThink em um programa de TV, onde recebeu uma oferta de financiamento por parte de investidores em troca de uma participação de 20% em sua empresa.

Além de estudar, ela promove educação em ciência e tecnologia para meninas e ensina meninas a codificar. “Ensinar mulheres jovens, com idades entre 8 e 18 anos, não somente a codificar, mas ajudá-las a superar seu medo da tecnologia, tem sido uma das experiências mais gratificantes da minha vida”, diz ela.