Homens garimpando (Usaid/Sandra Coburn)
Filtração de diamantes nas minas artesanais de diamantes de Bobi, na região de Séguéla, Costa do Marfim (Usaid/Sandra Coburn)

Na Costa do Marfim, um crescente número de trabalhadores que praticam a mineração artesanal e de pequena escala agora extraem diamantes usando uma técnica que os ajuda a vender mais diamantes enquanto protegem as comunidades e o meio ambiente.

A técnica foi parte de um projeto financiado pelos EUA que ajudou a transformar a mineração nesse país da África Ocidental.

Close de homem em uma mina (Usaid/John Dwyer)
Supervisor da cooperativa da vila no local de mineração de Bobi na região de Séguéla, Costa do Marfim. As cooperativas desempenham um papel fundamental no cogerenciamento da cadeia de custódia de diamantes, da mina ao mercado (Usaid/John Dwyer)

“É com este trabalho que eu me sustento”, disse M. Namata Sany, mineiro artesanal da Costa do Marfim, em entrevista com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), órgão coordenador do projeto.

Como normalmente trabalham com equipamentos limitados, os mineiros artesanais e de pequena escala enfrentam pressões para escavar rapidamente os diamantes, vender em um curto espaço de tempo e se deslocar para outros locais, muitas vezes danificando o meio ambiente nesse ínterim. Se o meio ambiente estiver danificado, as comunidades não têm para onde ir a fim de obter água, desenvolver atividades agrícolas de subsistência ou garantir uma vida segura.

Mão aberta exibe um pequeno diamante (Usaid/John Dwyer)
Diamante da aldeia mineira de Dona, na Costa do Marfim (Usaid/John Dwyer)

Se os mineiros artesanais operam fora dos mercados formais, eles muitas vezes são forçados a vender pedras preciosas por preços artificialmente baixos. Isso é porque as gemas sem origens transparentes são excluídas do comércio internacional.

A fim de proteger os meios de subsistência dos mineiros, bem como o meio ambiente, a Usaid deu início a um projeto que ajuda a proporcionar aos mineiros acesso a uma cadeia de fornecimento formal e legal de diamantes.

Veja como funciona na Costa do Marfim: em primeiro lugar, o projeto procura garantir os direitos de propriedade dos mineiros para explorar pedras preciosas. Com a documentação, os mineiros podem vender seus diamantes por preços mais altos, e suas reivindicações de terras lhes permitem participar na prevenção de danos ambientais excessivos.

Os mineiros então trabalham com a Usaid para criar minas sustentáveis. Eles armazenam material descartado para que nenhum escoamento contamine os rios locais.

Uma nova era

A produção de diamantes é agora um setor mais amplo na Costa do Marfim. De 2005 até 2014, a comunidade internacional não podia legalmente importar diamantes do país, porque um período de guerra civil criou um mercado para diamantes de conflito. Grupos rebeldes usavam as pedras preciosas para financiar compras de armas e promover a violência. Mas agora, cada vez mais mineiros estão trabalhando dentro de um sistema de certificação.

Com o intuito de certificar que os diamantes estejam “isentos de conflitos”, os mineiros devem verificar seus diamantes com procedimentos reconhecidos internacionalmente, geralmente o Processo de Kimberley ou Orientação para Devida Diligência da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

À esquerda, alunos na sala de aula; à direita, uma mulher rega uma horta (Usaid/Sandra Coburn)
À esquerda: Esta escola na aldeia de Dona e outros recursos da comunidade são financiados pelos rendimentos das minas de diamantes nas proximidades. À direita: As minas de diamantes reabilitadas são transformadas em hortas para a cooperativa local de mulheres em Tortiya (Usaid/Sandra Coburn)

Depois da guerra, disse Terah DeJong, da Usaid, não ficou claro o que aconteceria com os mineiros artesanais do país. Ele trabalhou com parceiros internacionais para permitir que mineradores artesanais pudessem exportar.

“E isso imediatamente significava que a cadeia legal de custódia estava completa e os diamantes podiam fluir corretamente”, disse DeJong.

O projeto também ajudou comunidades mineradoras a converter antigas áreas de mineração em viveiros de peixes, terras agrícolas e áreas de apicultura.