África recebe dos EUA US$ 1 bilhão em ajuda emergencial à segurança alimentar

Woman holding malnourished child in Somalia (© Farah Abdi Warsameh/AP Images)
Uma mãe que fugiu da área do Baixo Shabelle, atingida pela seca, segura seu filho desnutrido de 1 ano em um acampamento para pessoas deslocadas nos arredores de Mogadíscio, Somália, em 30 de junho. A Somália está entre os países que recebem assistência alimentar emergencial dos EUA (© Farah Abdi Warsameh/AP Images)

O governo dos EUA forneceu quase US$ 1 bilhão em ajuda emergencial à segurança alimentar a países da África que sofrem com a fome extrema e a desnutrição.

Isso faz parte dos US$ 2,76 bilhões* em financiamento dos EUA que o presidente Biden anunciou em junho a fim de enfrentar a insegurança alimentar global. Espera-se que os fundos restantes sejam fornecidos até o final do ano para países em todo o mundo.

As mudanças climáticas, os conflitos e a Covid-19 são as principais causas da crise alimentar global, especialmente na África. Em todo o mundo, 49 milhões* de pessoas (PDF, 3,3 MB) estão enfrentando fome ou condições de quase fome, um recorde histórico, de acordo com o Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas.

“Hoje, estamos em uma crise alimentar global*”, disse Samantha Power, administradora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), a principal agência do governo dos EUA que realiza a distribuição dos fundos, em 18 de julho. O governo dos EUA está fornecendo ajuda “para aqueles nas condições mais extremas”, disse ela.

Aqui está uma visão geral de alguns países africanos que recebem assistência emergencial à segurança alimentar da Usaid como parte do plano do presidente. Esses países também recebem outras assistências humanitárias dos EUA.

Etiópia

Três mulheres carregando recipientes de água (© Eduardo Soteras/AFP/Getty Images)
Mulheres deslocadas internamente carregam recipientes de água em um acampamento improvisado em Erebti, na Etiópia, em junho (© Eduardo Soteras/AFP/Getty Images)

O financiamento da Usaid de US$ 488 milhões* ajudará a atender às necessidades urgentes de 4,8 milhões de pessoas em toda a Etiópia, incluindo 1,6 milhão de crianças desnutridas em unidades de saúde.

“Nenhuma criança deve morrer de desnutrição quando temos as ferramentas para deter isso”, disse Samantha. “É simples assim.”

As pessoas que vivem no leste e no sul da Etiópia estão tendo dificuldades com os efeitos de quatro períodos consecutivos de seca. Estima-se que 650 mil crianças não possam frequentar a escola porque a seca forçou o fechamento de 2 mil escolas por falta de água.

O conflito armado na Etiópia também limita o acesso a alimentos e tem obrigado muitos a deixar suas casas em busca de comida, abrigo e segurança.

Quênia

Pessoas carregando caixas e sacos com etiquetas da Usaid (© Desmond Tiro/AP Images)
Pessoas carregam alimentos distribuídos pela Usaid em Kachoda, Quênia, 23 de julho (© Desmond Tiro/AP Images)

Uma seca sem precedentes levou mais de 4 milhões de pessoas à beira da fome e fez com que agricultores no Quênia perdessem 70% de suas colheitas, disse a Usaid.

Em julho, os EUA forneceram US$ 235 milhões* que permitirão aos parceiros da Usaid atender às necessidades urgentes de mais de 1,1 milhão de pessoas em todo o Quênia.

Os quenianos terão acesso a sorgo, ervilhas e óleo vegetal em áreas onde mercados não estão operando. Suplementos nutricionais estarão disponíveis para crianças e mulheres desnutridas em clínicas móveis.

“A crise de segurança alimentar no Chifre da África está prestes a se tornar uma catástrofe”, disse Samantha em 25 de julho depois de visitar o Quênia e a Somália.

Somália

Mais de US$ 461 milhões em assistência da Usaid* ajudarão as pessoas na Somália que estão sofrendo com a pior seca já registrada no país e a fome iminente.

A seca afeta cerca de 7 milhões de somalis, incluindo 1,4 milhão de crianças que enfrentam desnutrição aguda.

A assistência fornecerá alimentos urgentes, nutrição vital para crianças desnutridas, água potável e cuidados de saúde. A assistência também ajudará agricultores locais a comprar equipamentos e sementes.

Sudão do Sul

Mulher e crianças compartilhando comida em uma tigela (© Adrienne Surprenant/AP Images)
Mais de 70% da população do Sudão do Sul precisa de assistência humanitária. Acima, uma família compartilha uma refeição em Juba (© Adrienne Surprenant/AP Images)

Conflitos, secas severas, inundações e aumento nos custos dos alimentos contribuem para a escassez de alimentos no Sudão do Sul.

Grupos armados e partes beligerantes no país impedem a entrega de assistência humanitária* a civis, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Insegurança Alimentar e Conflitos, realizada em maio.

Espera-se que até 7 milhões de pessoas enfrentem níveis de crise de insegurança alimentar neste ano, disse ele.

A Usaid anunciou US$ 106 milhões* em assistência alimentar em 4 de agosto para o Sudão do Sul.

Outros países africanos que têm recebido assistência alimentar de emergência incluem a República Democrática do Congo e Moçambique — que a iniciativa global Alimentar o Futuro dos EUA adicionou recentemente como países-alvo — e Uganda, onde o governo dos EUA está trabalhando com parceiros a fim de alimentar refugiados deslocados de países vizinhos.

“Vemos o sofrimento e sabemos que podemos fazer algo a respeito”, disse Blinken durante a conferência Unindo pela Segurança Alimentar Global, realizada em junho em Berlim.

* site em inglês