Mesmo antes de os jornalistas James Foley e Steven Sotloff serem mortos em 2014 por Da’esh, também conhecido como EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante), o grupo terrorista já havia desestimulado os meios de comunicação mundiais de enviar correspondentes à Síria, lançando mão da violência contra jornalistas.

A agência de notícias France Presse, por exemplo, reconheceu em setembro de 2014 que os jornalistas já não eram bem-vindos à Síria como “testemunhas independentes do sofrimento das populações locais”. Em vez disso, “eles se tornaram alvos, ou mercadorias a serem comercializadas em troca de resgate”, informou a agência de notícias em um artigo. Hoje, existem poucas informações objetivas sobre o conflito da Síria ou relacionadas àquelas pessoas mais afetadas por isso.

Protesto de paquistaneses relativo à violência contra jornalistas com uma foto da fotógrafa alemã Anja Niedringhaus, assassinada no Afeganistão em 2014 (© AP Images)

A Comissão de Proteção aos Jornalistas (site em inglês) informa que no mínimo 60 jornalistas foram mortos ao redor do mundo em 2014, enquanto no exercício do seu trabalho ou em virtude da natureza desse trabalho, e três quartos deles se tornaram alvos deliberados para ser assassinados. Mais de mil jornalistas foram mortos desde que a organização começou a manter registros em 1992, e a comissão informa que os últimos três anos foram os que registraram o maior número de mortes.

Em um relatório divulgado em separado, a comissão informa que 220 membros da imprensa foram presos ao redor do mundo – o segundo maior total já registrado. “Nós podemos viver na era da informação, mas aqueles profissionais que nos trazem as notícias estão sendo presos em números recordes”, declarou o diretor-executivo Joel Simon.

Os terroristas, os governos repressivos, o crime organizado e outros estão ativamente tentando impedir que os jornalistas façam a cobertura de problemas que não têm sido reportados e que exponham a verdade. Você pode ajudar a defender o seu direito a informações independentes acerca de conflitos, corrupção, direitos humanos e outros temas aderindo à campanha Speak Justice (Fale a Justiça, em tradução livre; site em inglês) da Comissão de Proteção aos Jornalistas.