Se você fosse um americano morando no Maine e acabasse de arrumar um emprego em uma grande cidade do Missouri, teria de enfrentar uma série de atividades para se ajustar à sua nova vida. Teria de empacotar seus pertences, buscar um novo lugar para morar e pesquisar taxas e serviços cobrados naquela cidade.
Mas você não teria de se preocupar em informar o governo federal sobre essa mudança.
A situação é diferente para as pessoas que vivem na China, que devem obedecer ao restritivo sistema “hukou” do Partido Comunista Chinês, que registra famílias e limita a migração de áreas rurais para urbanas.

Os americanos sempre desfrutaram de liberdade de movimento. Quando se mudam, é provável que enviem um endereço de encaminhamento de suas correspondências para o Serviço Postal dos EUA. Eles fazem o registro de qualquer veículo motorizado de sua propriedade no Departamento de Veículos Motorizados de seu novo estado. E, se forem autorizados a votar, eles se registram em seu novo condado ou cidade.
Tendências relacionadas a mudanças de lugar
Antes da pandemia da Covid-19, as maiores cidades dos EUA estavam experimentando um crescimento populacional mais lento e, em alguns casos, a diminuição da população. Enquanto isso, os subúrbios tiveram um crescimento mais rápido durante a década anterior, de acordo com um relatório* de William H. Frey, demógrafo do Instituto Brookings.
Na sequência da pandemia, tem havido notícias na imprensa sobre pessoas cada vez mais deixando as cidades e indo morar em subúrbios ou áreas mais rurais. Alguns americanos abastados se mudaram para uma segunda casa a fim de desfrutar de espaços abertos, deixando seus apartamentos na cidade temporariamente vagos. Outros, por necessidade, puseram fim a seus contratos de aluguel nas cidades e foram morar com parentes ou amigos em outros lugares com o intuito de economizar dinheiro.
Frey não está pronto para dizer que se as estatísticas líquidas de mudanças para fora das cidades continuarão de maneira acelerada nos próximos anos. Mesmo durante a história recente, diz ele, isso não ficará claro até que o governo divulgue a contagem do censo de 2020. (O censo dos EUA, feito a cada década, conta os habitantes que vivem nos 50 estados e cinco territórios dos EUA, e informa sua localização, até mesmo em pequenas regiões geográficas.)
“As pessoas agem de maneira temporária quando algo como uma pandemia surge e esse comportamento pode não indicar necessariamente o que vai acontecer no futuro”, diz ele, referindo-se aos padrões de migração.
Ao se mudarem, seja temporária ou permanentemente, refletem suas próprias decisões individuais sobre como e onde querem viver.
* site em inglês