
O compromisso de longa data dos Estados Unidos com a saúde global ajudou uma empresa farmacêutica britânica a produzir a primeira vacina amplamente disponível contra a malária, que deve salvar milhares de vidas todos os anos.
Em 6 de outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou uma vacina contra a malária chamada RTS,S/AS01 (RTS,S) para uso generalizado na África Subsaariana e em outras regiões com altos índices de transmissão de malária.
A empresa farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), com sede no Reino Unido, desenvolveu a RTS,S, também chamada de Mosquirix, em parceria com organizações sem fins lucrativos dos Estados Unidos, incluindo um grupo de saúde pública chamado Path e a Fundação Bill e Melinda Gates, ambos com sede em Seattle. Outras organizações parceiras do governo dos EUA também ofereceram contribuições importantes para a iniciativa.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chamou a recomendação de sua organização de “momento histórico”. Combinada com outras medidas de prevenção, a nova vacina pode salvar dezenas de milhares de crianças anualmente.
“Há séculos, a malária tem ameaçado a África Subsaariana, causando imenso sofrimento pessoal”, disse a médica Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para a África. “Há muito tempo esperávamos por uma vacina eficaz contra a malária e agora, pela primeira vez, temos essa vacina recomendada para uso generalizado.”
We welcome the @WHO recommendation for wider routine use of the RTS,S #malaria vaccine! We joined @GlobalFund and @UNITAID to fund the pilots of the world’s first malaria vaccine: this is a historic milestone: https://t.co/UbgJSmtdxs #EndMalaria
— Gavi, the Vaccine Alliance (@gavi) October 6, 2021
Tuíte:
Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi)
Saudamos a recomendação OMS para uso rotineiro mais amplo da vacina RTS,S contra a malária! Nós nos juntamos ao Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, e à Unitaid para financiar os pilotos da primeira vacina contra malária do mundo: esse é um marco histórico: https://bit.ly/3DgJXEX #EndMalaria @gavi #malaria @WHO @GlobalFund @UNITAID
Disseminada por mosquitos, a malária infecta mais de 200 milhões de pessoas anualmente e mata mais de 400 mil pessoas todos os anos, principalmente crianças menores de 5 anos. Mosquiteiros tratados com inseticida e outras medidas preventivas têm reduzido significativamente o número de vítimas da malária, mas a possibilidade de descoberta de uma vacina tinha se tornado inatingível.
A recomendação da OMS é baseada nos resultados de um programa-piloto em andamento em Gana, Quênia e Malawi que tem beneficiado mais de 800 mil crianças desde 2019. O programa constatou que a RTS,S reduz os casos graves de malária em 30%. Quando combinado com medicamentos antimaláricos, o medicamento é 70% eficaz, diz a GSK.
O programa-piloto foi financiado por quase US$ 70 milhões em assistência advindos de:
- Gavi, a Aliança Global para Vacinas e Imunização.
- Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária.
- Unitaid, organização internacional que foi criada nas Nações Unidas, mas que não é uma agência oficial da ONU.
Os EUA são os maiores doadores do Fundo Global e um dos principais doadores da Gavi. A Fundação Bill e Melinda Gates, organização filantrópica americana, é o principal doador tanto da Unitaid quanto da Gavi.
Pesquisadores dos EUA e de países parceiros continuam a se esforçar para atingir a meta da OMS de uma vacina que seja 75% eficaz contra a malária até 2030. Pesquisadores de Burkina Fasso, Índia, Quênia, Reino Unido e Estados Unidos já desenvolveram e testaram outra vacina derivada da R21 que mostra resultados promissores.
“Este é um grande passo rumo ao futuro”, disse Julian Rayner, diretor do Instituto Cambridge para Pesquisa Médica*.
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