Após golpe, EUA responsabilizam forças militares da Birmânia

Manifestantes na rua à noite carregando faixas, placas e tochas (© AFP/Getty Images)
Manifestantes protestam contra o regime militar em 18 de novembro de 2021, em Rangum, Birmânia (© AFP/Getty Images

Há cerca de um ano, as forças militares da Birmânia (atual Mianmar) derrubaram o governo democraticamente eleito do país e instalaram um regime brutal que matou mais de mil civis.

Desde o golpe de 1º de fevereiro de 2021, os Estados Unidos e parceiros internacionais têm promovido a responsabilização pelas ações do regime militar da Birmânia, impondo sanções a autoridades militares responsáveis ​​pelo golpe e pela violência contra manifestantes.

“Os Estados Unidos continuam comprometidos com o povo da Birmânia, que não perderá a esperança de um futuro melhor, mesmo sofrendo abusos horríveis por parte do regime”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, em 3 de janeiro, antes do Dia da Independência da Birmânia, em 4 de janeiro. 

Em 10 de dezembro, os Estados Unidos, em coordenação com o Canadá e o Reino Unido, aplicaram sanções contra autoridades do regime militar* em conexão com graves violações dos direitos humanos. Dentre os que sofreram sanções estão Myo Swe Win, ministra-chefe da região de Bago, onde as Forças Armadas mataram pelo menos 82 pessoas em 9 de abril.

Também sofreram sanções os escritórios do Ministério da Defesa da Birmânia que fabricam armas para os militares e policiais birmaneses, e fornecem balas e artilharia que foram usadas para matar centenas de civis, de acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA

Foto aérea mostrando incêndios e fumaça saindo da cidade (© AFP/Getty Images)
Fumaça sobe em 29 de outubro de 2021, dos incêndios em Thantlang, onde o bombardeio militar birmanês destruiu mais de 160 prédios, segundo reportagens da mídia (© AFP/Getty Images)

Observadores independentes concluíram que a eleição de um governo civil na Birmânia em 8 de novembro de 2020 refletiu “a verdadeira vontade do eleitorado”.

Desde que assumiu o poder em 1º de fevereiro de 2021, o regime militar da Birmânia matou 1.484 e prendeu 11.638*, segundo a Associação de Assistência a Presos Políticos (Birmânia).

Os Estados Unidos apoiam o Consenso de Cinco Pontos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) a fim de devolver a Birmânia ao caminho da democracia. Também apoia o Mecanismo de Investigação Independente da ONU para Mianmar* na promoção da responsabilização por violações de direitos, incluindo o assassinato de pelo menos 35 pessoas inocentes por parte dos militares nos estados de Kayah e Karen em 24 de dezembro de 2021.

Desde o golpe, os Estados Unidos e os parceiros internacionais:

Em uma declaração de 6 de dezembro de 2021, Blinken reprovou a condenação injusta da líder deposta da Birmânia, Aung San Suu Kyi, e a repressão de outras autoridades democraticamente eleitas como “afrontas à democracia e à justiça” e pediu ajuda para que a Birmânia possa restaurar seu caminho rumo à democracia.

“Nós nos juntamos ao povo da Birmânia em suas aspirações por liberdade e democracia, e pedimos ao regime que acabe com o uso da violência, respeite a vontade do povo e restaure a transição democrática da Birmânia”, disse Blinken.

* site em inglês