
Naif Al-Mutawa, criador da série de histórias em quadrinhos de sucesso Os 99, agora é alvo do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL), que defendeu a sua morte por meio de uma série de tuítes.
Quando Mutawa criou Os 99, seu objetivo era compartilhar valores positivos islâmicos, como tolerância e multiculturalismo, de forma que crianças e entusiastas de quadrinhos em todo o mundo se apaixonassem. E funcionou. Desde que Os 99 apareceu pela primeira vez em 2003, a série ganhou milhões de fãs, é publicada em muitas línguas e inspirou a sua própria série de televisão.
O EIIL representa uma visão radicalmente diferente do Islamismo. Os 99 são homens e mulheres de países muçulmanos e não muçulmanos, e a fé religiosa individual que possuem nunca é exposta. Mesmo assim, são todos unidos em sua busca por justiça.
Em Os 99, “nunca importa de que país você é ou qual religião você possui ou se você é menino ou menina. O que realmente importa é o poder que você tem, e se isso pode ajudar a sociedade a resolver os problemas que existem hoje”, Mutawa afirmou durante um bate-papo (em inglês) no Departamento de Estado em 20 de fevereiro.
Em 2010, os personagens se uniram ao Batman, à Mulher Maravilha e a outros super-heróis fictícios da Liga da Justiça da América publicados pela editora DC Comics. O presidente Obama elogiou Mutawa por ter criado “super-heróis que personificam os ensinamentos e a tolerância do Islamismo”.
Os personagens são baseados nos 99 atributos de Alá. Cada herói descobre uma pedra mágica que lhe confere um poder especial, como teletransporte ou força sobrenatural. Eles trabalham em conjunto para combater o mal. Mas Mutawa declarou que embora seus personagens sejam inspirados pelo Islamismo e a série tenha sido aprovada por acadêmicos xaria, versados na lei canônica do Islã, na realidade, a série não discute religião.