Ásio-americanos comemoram o Ano Novo Lunar de novas maneiras

Milhões de ásio-americanos celebrarão o Ano Novo Lunar, um feriado cuja data do calendário gregoriano varia de ano para ano porque está ligada à primeira Lua Nova do calendário lunar.

Este ano, a tradicional celebração do Ano Novo do calendário lunar chinês começa em 22 de janeiro e termina em 5 de fevereiro.

De acordo com o Centro de Pesquisa Pew, mais de dois terços dos cidadãos americanos de origem chinesa, coreana, japonesa e vietnamita* comemoram o feriado. Os sino-americanos, o maior grupo (24%) entre 22 milhões de ásio-americanos, também observam o Ano Novo Lunar em maior número, seguidos pelos americanos vietnamitas.

Criança fazendo <i>dumplings</i> (trouxinhas de massa) (Cortesia: Meggie Miao)
Preparando dumplings (Cortesia: Meggie Miao)

Embora o Ano Novo Lunar não seja feriado federal nos Estados Unidos, é feriado escolar em algumas grandes cidades*, incluindo Nova York e Filadélfia.

Pela primeira vez em 2023, será feriado oficial na Califórnia*, lar da maior população ásio-americana dos Estados Unidos (6 milhões de pessoas). Meggie Miao, produtora de mídia, disse que morar na Califórnia torna mais fácil comemorar com uma comunidade maior. No caso dela, com outras famílias na escola de imersão em mandarim de seu filho. “Nós realmente valorizamos esta época do ano. Apesar de não estarmos mais na China, o que mantemos é essa ideia de família e de respeito a esses valores.”

Uma versão americana das tradições

Homem carregando mulher nas costas em um casamento usando roupas elaboradas e coloridas (© Matthew Gilbertson)
Patricia Park usa um hanbok tradicional coreano em seu casamento em 2019 (© Matthew Gilbertson)

Patricia Park, romancista e professora de Inglês, se recorda da época em que a sua família marcava o Ano Novo com visitas aos túmulos dos avós antes de realizar um ritual na casa do tio dela. “Todas as crianças usavam hanbok, que é um vestido tradicional coreano, e fazíamos sebae, curvando o tronco em um gesto de reverência aos mais idosos. E então recebíamos nosso dinheiro de Ano Novo”, disse ela.

Patricia, que valoriza sua herança coreana, disse que o Ano Novo Lunar é “uma forma de essas tradições permanecerem vivas. Colocamos nosso próprio toque americano nas coisas, mas isso não significa que essas tradições tenham de terminar com nossa migração para os Estados Unidos”.

Wei Ding, professora de Ciência da Computação na Universidade de Massachusetts-Boston, chamou o Ano Novo Lunar de “o maior evento para a tradição chinesa” e disse que sua família sempre faz dumplings da sorte (trouxinhas de massa de farinha de trigo). A família toda junta prepara pratos típicos para a ceia comemorativa.

Wei diz que as tradições estão evoluindo entre a crescente comunidade sino-americana em seu subúrbio de Lexington, em Boston. Ela diz que grupos ásio-americanos cujas heranças estão ligadas a vários países realizam ceias conjuntas. Alguns convidam alunos do ensino médio não ásio-americanos que estão aprendendo mandarim para atuarem como mestre de cerimônia em eventos. “As pessoas são mais diversificadas”, disse ela. “Temos a mente mais aberta; portanto, não seguimos a tradição do Ano Novo Lunar exatamente da maneira tradicional.”

* site em inglês