É muito difícil encontrar uma faculdade nos EUA sem uma associação de estudantes negros. Esses clubes localizados nos campi dão voz aos estudantes afro-americanos.

Inspirado no movimento pelos direitos civis, os alunos negros na Universidade Estadual de San Francisco formaram uma em 1966. Centenas mais então surgiram em campi de todo o país.
Ao longo das décadas que se seguiram, os integrantes organizaram protestos, além de pressionar suas escolas para contratar mais docentes negros e tomar medidas em relação a outras questões do campus.
Seu ativismo remodelou o panorama acadêmico, incentivou mais negros a se matricular na faculdade e inspirou mais escolas a adicionar programas de Estudos Afro-Americanos.
Uma voz renovada
Nos últimos anos, as associações de estudantes negros têm se centrado mais na prestação de serviços e na organização de eventos sociais. Integrantes realizam shows de talentos, participam de exibições de filmes e se inscrevem para fazer projetos de serviços comunitários para ajudar os desabrigados ou orientar os estudantes que estão se inscrevendo para entrar na faculdade.

Mas para alguns clubes, os recentes acontecimentos em Ferguson, no Missouri, e em Nova York provocaram ativismo político, vinculando-os de forma mais estreita com as associações de estudantes negros do passado.
“Os alunos têm muito mais uma mentalidade ativista agora do que eu já vi antes”, disse Jazmyn White, presidente da Associação dos Estudantes Negros da Universidade de Maryland. “As pessoas percebem que não estamos a ponto de poder nos sentar. Foi um alerta”.
Após os acontecimentos de Ferguson, estudantes de Maryland realizaram uma manifestação pacífica para conscientizar as pessoas sobre a relação entre a comunidade e a polícia, Jazmyn observou. “As pessoas têm muito entusiasmo por estas questões. (…) Elas estão fazendo coisas acontecerem ao nível das bases como antes — não apenas esperando que as coisas aconteçam”.