Nos seis meses em que ficou na Estação Espacial Internacional, Chris Cassidy viu algo especial: nuvens de poeira* se deslocando do Deserto do Saara para a Amazônia, fornecendo nutrientes essenciais para que a floresta tropical cresça.

Mas isso não se referia a experimentos e pesquisas científicas. Cassidy disse que ele e seus companheiros de tripulação inseriam um pouco de diversão, incluindo uma competição amistosa: quem conseguia se deslocar de um extremo da estação até o outro o mais rápido, sem tocar em nada?

Cassidy disse que o astronauta Chris Hadfield, primeiro a gravar um videoclipe no espaço*, teve um desempenho muito bom. “Todos vencemos em dias diferentes, porque às vezes a gente costumava colocar objetos no corredor…”

Chris Cassidy, usando macacão azul, assina autógrafos para crianças (Flavio Carvalho)
O astronauta Chris Cassidy se reúne com estudantes na biblioteca da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (Flavio Carvalho)

Cassidy viajou ao Rio de Janeiro em novembro para compartilhar as histórias de seu trabalho com crianças em idade escolar. E também falou sobre o quão divertido era estar na estação espacial.

Ele visitou a Rocinha, maior favela da cidade e uma das regiões mais pobres do Rio de Janeiro.

Cassidy incentivou os alunos a manter uma atitude positiva e não desistir, ressaltando que a Nasa rejeitou sua primeira inscrição para se tornar um astronauta em 2000. Por isso, Cassidy tentou novamente. Ele obteve um diploma de pós-graduação, ganhou mais experiência e, em seguida, foi aceito. Dois anos de capacitação na Nasa o levaram a passar 16 dias no ônibus espacial em 2009, além de seis meses na Estação Espacial Internacional em 2013.

Cassidy está de volta à Terra como astronauta-chefe da Nasa. Isso significa que ele seleciona pessoas compatíveis para integrar a tripulação das missões espaciais.

E o que dizer da tecnologia e dos foguetes necessários para levar as pessoas a Marte?

“Tudo isso fará parte de um esforço internacional”, disse ele, que espera inspirar a próxima geração de astronautas.

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Cassidy esteve na companhia de 50 crianças em idade escolar que compartilharam suas as redações vencedoras sobre como se tornar um astronauta.

“As crianças, independente de sua origem (…) são apenas curiosas. É revigorante de se ver.”

Portanto, se você estiver em treinamento para se tornar a primeira pessoa a viajar a Marte, não se esqueça de preservar um componente importante de sua infância: o senso de diversão.

A viagem de Cassidy foi patrocinada por Spread Positivity*, campanha sem fins lucrativos focada em encontrar maneiras de diminuir as distrações e buscar interações significativas e realistas.

* site em inglês