Se você vier estudar nos EUA, vai descobrir que este é o momento do ano em que os estudantes universitários — e grande parte do resto do país — ficam obcecados com March Madness (“A Loucura de Março”), campeonato da primeira divisão de basquete da Associação Atlética Universitária Nacional (NCAA). Começa em meados de março e vai até o início de abril.

A velocidade da internet diminui durante a “Loucura de Março” porque muitas pessoas estão acompanhando os jogos on-line. A renda oriunda da publicidade para jogos televisionados chegou a US$ 1,150 milhão em um ano recente.

As respostas para as seguintes perguntas o ajudarão a dar sentido a este evento peculiarmente americano. E no próximo ano, quando você estiver em um campus dos Estados Unidos, vai se ver gritando e torcendo fervorosamente por sua equipe.

A Universidade de Maryland garantiu seu lugar no torneio da “Loucura de Março” de 2015 quando derrotou a Universidade Estadual de Ohio (© AP Images)

Por que é tão popular?

As pessoas nos EUA são incrivelmente leais a suas faculdades e universidades. Se alguém começou a frequentar a faculdade há dois meses ou se formou há 30 anos, um torcedor provavelmente vai acreditar que a equipe dessa instituição é a melhor e merece ganhar todos os jogos.

E mesmo que as equipes dos torcedores não consigam se classificar para o torneio, eles vão assistir mesmo assim. Por quê? São atraídos para o fato de que os jogadores da faculdade não estão jogando por dinheiro como os atletas profissionais, mas também por suas escolas e pelo amor ao jogo.

É emocionante. Comparado ao basquete profissional, há menos jogos de playoff (desempate) da faculdade, os riscos são maiores e ocorrem ao longo de um período muito curto de tempo.

Quem pode jogar?

Mais de 300 equipes universitárias jogam na primeira divisão da NCAA. Na “Seleção de Domingo” — em 13 de março deste ano — uma comissão anunciará as 68 equipes que vão competir na divisão masculina (site em inglês), o chaveamento dos jogos do torneio. (Oito equipes jogam em partidas preliminares pelas quatro vagas nas 64 finais.) Outra comissão anuncia as 64 equipes que vão competir na divisão feminina (site em inglês).

Em cada caso, as 32 equipes são escolhidas por terem ganhado seus respectivos campeonatos da conferência. (A conferência é um agrupamento geográfico aproximado das faculdades.) A comissão de seleção escolhe as equipes restantes com base em seus resultados na temporada e na dificuldade de seus cronogramas; em seguida, divide as divisões em quatro regiões.

As melhores equipes de cada região recebem a classificação da “primeira cabeça-de-chave”, as próxima quatro da “segunda cabeça-de-chave” e assim por diante. Na primeira rodada do torneio, uma equipe da primeira cabeça-de-chave joga com uma equipe da 16a cabeça-de-chave e uma equipe da segunda cabeça-de-chave joga com uma equipe da 15a cabeça-de-chave. Em outras palavras, as melhores equipes jogam com as equipes mais fracas. As equipes do meio vão estar mais equiparadas durante os primeiros jogos do torneio.

A equipe vitoriosa tradicionalmente corta a rede, como neste playoff da conferência final de 2015 (© AP Images)

Quem tem a maior chance de vencer?

Esta é a segunda parte da razão pela qual a “Loucura de Março” é tão popular: ninguém sabe ao certo.

As equipes masculinas mais bem classificadas desta primavera — Universidade de Kansas, Universidade da Estadual de Michigan e Universidade Villanova — são candidatas bem conhecidas, todas com um histórico de vitórias no basquete. Mas parte da emoção da “Loucura de Março” é o surgimento das Cinderelas, azarões com pouco histórico de dominação no basquete que derrotam equipes que os adeptos consideram invencíveis.

Em 2013, a equipe masculina da Universidade Florida Gulf Coast — com apenas dez anos de idade e na 15a cabeça-de-chave em sua região — avançou para jogar entre as últimas 16 equipes do torneio ao vencer a Universidade de Georgetown, da 2a cabeça-de-chave. Este ano, equipes masculinas, tais como a Austin Peay Governors, a Universidade Southern Jaguars e a Middle State Blue Raiders de Tennessee são azarões, equipes que só poderiam ir bem na Loucura de Março e ser chamadas de “arrasadores de divisões”.

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