Até o presidente do Irã admite que a eleição iraniana será uma farsa

Homem de barba discursando no púlpito (© Escritório da Presidência iraniana/AP Images)
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, visto aqui falando a banqueiros em 16 de janeiro, criticou a exclusão de candidatos nas próximas eleições (© Escritório da Presidência iraniana/AP Images)

As eleições na República Islâmica do Irã se tornaram um embuste de tal tamanho que até o presidente iraniano, Hassan Rouhani, está condenando a flagrante fraude nas próximas eleições iranianas.

O Conselho dos Guardiões do regime, uma comissão de supervisão não eleita, desqualificou recentemente mais da metade dos 14 mil candidatos que disputam cadeiras nas eleições parlamentares do Irã em 21 de fevereiro.

“Essas eleições são uma farsa”, disse o representante especial dos EUA para o Irã, Brian Hook, em 17 de janeiro.

Rouhani também criticou* as ações do Conselho dos Guardiões em um discurso televisionado e direcionado ao seu gabinete em 15 de janeiro, dizendo que o Irã “não pode ser governado por apenas uma ala política”. Ele acrescentou que “todos os partidos e grupos” devem ser autorizados a participar das eleições.

Tuíte:
Secretário Pompeo: O regime iraniano mente constantemente para o povo iraniano e o trata com desprezo. Agora, está impedindo milhares de candidatos de concorrer ao Parlamento em uma eleição maciça e publicamente fraudulenta. Até o presidente do Irã diz que essa não é uma eleição séria. @SecPompeo #Iran

Dos 247 membros efetivos do Parlamento que estão concorrendo à reeleição, o Conselho dos Guardiões também já desqualificou 90 candidatos.

O Conselho dos Guardiões, nomeado pelo líder supremo, Ali Khamenei, aprova todos os candidatos elegíveis. Isso garante a exclusão da maioria dos críticos do regime.

Fraude por parte do regime, desprezo para com o povo iraniano

O povo iraniano sabe que não tem muito poder de decisão no que se refere a essas eleições fraudulentas, que se destinam a induzir o mundo a pensar que o Irã é uma república e não uma autocracia”, disse Hook em 17 de janeiro.

O confronto de Rouhani com o Conselho dos Guardiões é o mais recente de uma série de desafios internos que a República Islâmica do Irã enfrenta. Em novembro passado, o regime reagiu às manifestações em todo o país bloqueando a internet e matando centenas de manifestantes.

O povo iraniano voltou às ruas em janeiro, depois que o regime voltou atrás em suas negações anteriores e reconheceu ter abatido* um avião de passageiros, matando todos a bordo.

“O regime iraniano mente constantemente para o povo iraniano e o trata com desprezo”, disse o secretário de Estado dos EUA, Michael R. Pompeo, em um tuíte de 16 de janeiro. “Agora, está impedindo milhares de candidatos de concorrer ao Parlamento em uma eleição maciça e publicamente fraudulenta. Até o presidente do Irã diz que essa não é uma eleição séria.”

* site em inglês