Estudantes
Estudar com um professor virtual pode ser divertido (Cortesia: Eneza Education)

A tecnologia móvel está melhorando o acesso à educação de qualidade na África Subsaariana, região onde todos os anos milhões de crianças abandonam o ensino fundamental e as escolas precisam de novos professores.

Alunas com seus celulares (Cortesia: Eneza Education)
Estudantes e seu professor virtual da Eneza (Cortesia: Eneza Education)

Em 2009, Steve Vosloo, especialista em aprendizagem, lançou o Yoza Cellphone Stories na África do Sul para permitir que estudantes lessem e comentassem sobre histórias e poemas usando seus telefones celulares. Projetos semelhantes foram lançados nos últimos anos na região, incluindo:

  • Math*, na África do Sul, que conecta alunos com tutores de Matemática em sessões ao vivo através do MXit, um serviço de mídias sociais.
  • MoMaths, na Nigéria, que oferece dicas de preparação para provas do ensino médio através de mensagens de texto.
  • MobiLiteracy, em Uganda, que fornece aulas de leitura diárias via celulares para pais analfabetos.
  • Rethink Education*, que tem fins lucrativos e leva conteúdo de Matemática e Ciências a estudantes do ensino médio na África do Sul, através da internet e de plataformas móveis.
Millicent Mwendwa e Kago Kagichiri sentados, sorrindo (Cortesia: Eneza Education)
Millicent Mwendwa da Eneza Education e Kago Kagichiri (Cortesia: Eneza Education) Toni Maraviglia e Kago Kagichiri (Cortesia: Eneza Education)

Mas o projeto de educação móvel que mais cresce é o Eneza Education*, lançado no Quênia há quatro anos pela professora americana Toni Maraviglia e pelo tecnólogo queniano Kago Kagichiri.

O serviço, que possui 15 funcionários e 40 professores freelance, oferece um conteúdo interativo que segue o currículo nacional. Os alunos e professores podem receber o serviço por meio de diversas plataformas, incluindo celulares básicos. Alguns de seus maiores usuários estão em zonas remotas do país.

A Eneza é uma empresa com fins lucrativos que cobra o equivalente a 50 centavos de dólar pela assinatura mensal de seus materiais. Toni diz que o número de assinantes da empresa cresceu seis vezes (atualmente, 860 mil) nos últimos três anos.

“Ser uma empresa com fins lucrativos foi a melhor decisão que já tomamos”, afirma. Com a iniciativa, a Eneza Education atraiu capital de risco e talentos. (A empresa ainda não dá lucro.)

Grupos de estudantes reunidos ao redor das mesas, com celulares e materiais de ensino (Cortesia: Eneza Education)
Um professor presencial recebe o apoio de um professor virtual… ou é o contrário? (Cortesia: Eneza Education)

Através do Girl Effect Accelerator (“Acelerador Efeito Meninas”, em tradução livre), os fundadores da Eneza aprenderam com empreendedores da África e mentores nos Estados Unidos. Focada inicialmente nas escolas, Toni percebeu que a Eneza poderia crescer muito mais rápido vendendo diretamente aos estudantes e suas famílias. No longo prazo, a empresa espera atingir 50 milhões de usuários em toda a África.

“Realmente pretendemos ser enormes”, disse Toni Maraviglia à BBC em 2015.

* site em inglês