Beisebol americano assume responsabilidade sobre o clima

Times de beisebol dos EUA não estão apenas comprometidos com o passatempo nacional do país — eles também levam a sério o combate à crise climática. 

“Não podemos simplesmente adicionar carbono à atmosfera sem fazer algo para compensar”, disse Brent Suter, arremessador dos Milwaukee Brewers ao New York Times*.

ogador de beisebol se preparando para lançar (© Matt Slocum/AP Images)
Brent Suter de Milwaukee Brewers durante um jogo de beisebol contra o Philadelphia Phillies, em 9 de junho de 2018, na Filadélfia (© Matt Slocum/AP Images)

Suter e outras figuras da Liga Principal de Beisebol (MLB, na sigla em inglês) trabalham com a organização sem fins lucrativos Players for the Planet* (Jogadores pelo planeta, em tradução livre). Iniciado por Christopher Dickerson, defensor externo aposentado da MLB, o grupo incentiva práticas sustentáveis ​​em toda a indústria de esportes profissionais no mundo inteiro.

Até o momento, 75 atletas profissionais se juntaram à organização sem fins lucrativos para organizar eventos climáticos e liderar esforços de conservação em suas comunidades.

A Players for the Planet limpou praias na República Dominicana e plantou árvores nos Estados Unidos. Seu curso educacional em espanhol ensina jogadores de beisebol na República Dominicana sobre poluição por plástico.

A Green Sports Alliance (Aliança esportiva verde, em tradução livre), fundada pela empresa Vulcan Inc., do falecido filantropo e cofundador da Microsoft Paul Allen em 2010, também liderou projetos de ação climática voltados para equipes esportivas profissionais nos Estados Unidos.

Em setembro deste ano, o time da MLB Colorado Rockies se uniu à Green Sports Alliance para proteger a água no Oeste americano. O Colorado, como grande parte do Oeste americano, vive atualmente um de seus piores períodos de seca. 

A parceria da MLB com a Green Sports Alliance terá como foco restaurar 11,3 milhões de decalitros de água para a área denominada 15-Mile Reach (​Extensão de 9 km, em tradução livre) do Rio Colorado. Essa parte do rio de 24 km de extensão é o lar de peixes e de ecossistemas vitais em perigo de extinção. Também fornece água para comunidades vizinhas.

Mãos segurando um peixe com a costa de um rio pedregoso e montanhas ao fundo (© Travis Francis/Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA/AP Images)
Um raro chub jubarte no Rio Colorado, no Colorado, perto da fronteira com Utah. O peixe só é encontrado na bacia do Rio Colorado e foi resgatado da beira da extinção (© Travis Francis/Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA/AP Images)

A parceria também incentiva jogadores e torcedores da MLB a viverem um estilo de vida de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa, equilibrando o uso de água.

“A MLB está comprometida em reduzir a pegada hídrica de nossa Liga e restaurar as bacias hidrográficas nas quais nosso esporte prospera”, disse Paul Hanlon, diretor sênior de Operações de Estádio e Sustentabilidade da MLB, no anúncio da parceria*.

Duas pessoas olhando para um rio com binóculos (© John Locher/AP Images)
Pessoas tiram fotos do Lago Mead — que alimenta o Rio Colorado — em 13 de agosto no Arizona. O anel de minerais de cor clara mostra a marca d’água alta do reservatório, que recentemente registrou um recorde de baixas por causa das mudanças climáticas (© John Locher/AP Images)

Outros times de beisebol estão à frente da curva climática há anos.

Em 2019, o New York Yankees se tornou o primeiro grande time esportivo americano a participar da diretriz Esporte para Ação Climática da ONU. A diretriz ajuda a alinhar as emissões de gases de efeito estufa das equipes esportivas com o Acordo de Mudança Climática de Paris.

Como parte dessa diretriz — e mesmo antes de assiná-la — o New York Yankees também:

  • Converteu todo o sistema de iluminação dentro do Yankees Stadium para LED, que é 40% mais eficiente e 50% mais brilhante do que a iluminação de campo anterior.
  • Recuperou cerca de 7.600 decalitros de óleo de cozinha do estádio a cada temporada, que depois foram convertidos em mais de 6.800 decalitros de biodiesel para automóveis.
  • Criou um sistema de reciclagem e compostagem, de modo que 85% do lixo total do estádio ficasse fora dos aterros.

* site em inglês