Barbara Woodward, Linda Thomas-Greenfield, James Cleverly e Antony Blinken sentados (© Richard Drew/AP Images)
O secretário de Estado, Antony Blinken, (na frente à direita) se dirige ao Conselho de Segurança da ONU em 17 de fevereiro enquanto o ministro de Estado do Reino Unido para a Europa, James Cleverly; a representante permanente do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward; e a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, observam sentados nas proximidades (© Richard Drew/AP Images)

O secretário de Estado, Antony Blinken, exortou a Rússia a rejeitar o “caminho da guerra” e retirar suas tropas das fronteiras da Ucrânia.

“No encontro de hoje, a ameaça mais imediata à paz e à segurança é a agressão da Rússia que paira sobre a Ucrânia”, disse o secretário em 17 de fevereiro no Conselho de Segurança da ONU em Nova York.

O secretário disse que as evidências dos planos da Rússia estão “se desenrolando à vista de todos” há meses. A Rússia acumulou 150 mil soldados ao longo das fronteiras da Ucrânia na Rússia, em Belarus e na Crimeia ocupada pela Rússia. Enquanto a Rússia afirma estar reduzindo suas forças, Blinken afirmou que suas tropas, aeronaves e navios podem liderar um ataque à Ucrânia em poucos dias.

Blinken enfatizou que a Rússia poderia fabricar uma provocação fraudulenta, conhecida como “operação de bandeira falsa”, culpar o governo ucraniano e usá-la como uma justificativa espúria para invadir a Ucrânia.

A falsa provocação encenada pode se manifestar como um ataque terrorista na Rússia ou um ataque usando bombas ou armas químicas contra civis. A mídia controlada pelo Estado da Rússia já está espalhando falsas alegações para lançar as bases para uma justificativa inventada para a guerra, disse o secretário.

‘Momento de perigo’

O secretário disse que o que está em jogo vai muito além da Ucrânia. As ameaças contínuas da Rússia desafiam os princípios fundadores das Nações Unidas.

“Este é um momento de perigo para a vida e a segurança de milhões de pessoas, assim como para a fundação da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e da ordem internacional baseada em regras que preserva a estabilidade em todo o mundo”, declarou Blinken.

A ONU foi fundada em princípios de soberania nacional segundo os quais uma nação não pode mudar as fronteiras de outra à força ou ditar as decisões de política externa de outra nação.

O conflito na Ucrânia começou em 2014, após a ocupação ilegal da Península da Crimeia por parte da Rússia e a instigação de uma guerra indireta no leste da Ucrânia.

Imagem de satélite de comboio militar (© 2022 Tecnologias Maxar /AP Images)
Esta imagem de satélite de 16 de fevereiro fornecida pela Maxar Technologies mostra um comboio militar indo para o oeste em Rechytsa, em Belarus, relata a AP (© 2022 Tecnologias Maxar /AP Images)

Os Estados Unidos apoiam os acordos de Minsk, que estabeleceram um plano para acabar com o conflito no leste da Ucrânia. O secretário observou “as persistentes violações da Rússia” desses acordos.

Blinken enfatizou que a Rússia pode escolher um caminho alternativo à guerra. Os Estados Unidos, com seus aliados e parceiros europeus, continuam os esforços diplomáticos, inclusive por meio do Conselho Otan-Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação no Conselho Permanente da Europa.

Foto de bandeiras com citação de Blinken 'A diplomacia é a única forma responsável de resolver esta crise.' (Foto: © artpage/Shutterstock.com)
(Depto. de Estado/M. Gregory)

“O governo russo pode anunciar hoje — sem ressalvas, equívocos ou desvios — que a Rússia não invadirá a Ucrânia. Declare clara e abertamente para o mundo”, disse ele.

O secretário instou a Rússia a enviar suas tropas de volta aos quartéis e continuar as discussões diplomáticas com autoridades ucranianas e europeias.

“Temos a responsabilidade de fazer todos os esforços para que a diplomacia seja bem-sucedida”, afirmou.