Cães de serviço salvam vidas

Homem atrás de quatro filhotes e contêiner (© AP Images)
David Cantara, que treina cães para ajudar veteranos de guerra, observa sua mais nova ninhada (© AP Images)

Uma pessoa com diabetes está distraída trabalhando e não testa seu nível de açúcar no sangue, que começa a baixar perigosamente. Felizmente, ela tem um acompanhante que foi treinado para detectar esse tipo de situação com seu olfato extremamente aguçado — seu cachorro. Com uma cutucada na perna da pessoa, ele a alerta sobre o problema.

Dizem que o cão é o melhor amigo do homem (e da mulher), mas os cães de serviço ajudam seus tutores de uma maneira que nem o melhor amigo seria capaz de fazer sem treinamento.   

Nos Estados Unidos, há aproximadamente 500 mil cães de serviço em ação. Conforme previsto na Lei dos Americanos com Deficiência (ADA, na sigla em inglês), cães de serviço devem ter acesso a quase todos os locais aonde vão seus tutores. Eles fazem com que pessoas com deficiência vivam de maneira independente e superem os desafios diários.

Homem em cadeira de rodas acompanhado de um cachorro na coleira (© AP Images)
Muitas pessoas com deficiência usam animais de serviço para ajudá-las em atividades diárias, como na hora de fazer compras (@ AP Images)

Os cães de serviço*, podem, por exemplo, ajudar pessoas com deficiência visual a se mobilizar por locais que elas não conhecem bem. Eles podem proteger um tutor que está sofrendo uma convulsão. Os cães de serviço podem acalmar alguém com transtorno de estresse pós-traumático, até mesmo acordando a pessoa se ela tiver um pesadelo.

Cerca de 170 países aprovaram leis de direitos civis para deficientes semelhantes à ADA, e vários têm provisões relacionadas com animais de serviço. A Mongólia é um deles.

Linda Ball, que dirige a organização não governamental PawPads em Minnesota, está viajando para a Mongólia neste fim de ano com um dos seus cachorros para incentivar o uso de animais de serviço. Apesar de existirem leis para deficientes no país, muito poucas pessoas usam animais de serviço. Na verdade, Linda sabe da existência de apenas um cão de serviço na Mongólia — o animal dá assistência visual a um empregado da Embaixada dos EUA.

Linda espera mudar esse quadro com a criação de um programa de cães de serviço na Mongólia que poderá ser reproduzido em outros países. Ela diz que o propósito de sua viagem é promover “tanto a valorização das pessoas com deficiência quanto a valorização dos cães de serviço”.

Victory, uma cadela de serviço (Cortesia: PawPads)
Linda Ball viajará à Mongólia com Victory, uma cadela de serviço que ela treinou através de sua organização, a PawPads (Foto: cortesia)

Esta não será a primeira viagem de Linda para a Mongólia. Nos anos 1990, ela trabalhou como voluntária do Corpo da Paz no país. Linda produziu e publicou o primeiro dicionário de linguagem de sinais da Mongólia.

Para essa viagem, ela está levando sua cachorra Victory, que, como a maioria dos cães de serviço, recebeu um treinamento especializado. Treinar de maneira adequada um cão de serviço pode demorar dois anos e meio, disse ela. “Tem de ser um cachorro especial. Precisa ser bastante centrado e independente em sua ética profissional.”

Setembro foi o Mês Nacional de Cães de Serviço nos EUA. Mas, para Linda e Victory, aumentar a conscientização é uma tarefa para o ano inteiro.

* site em inglês