Nourah Al Zaid não esperava trabalhar em tempo integral após se formar na Universidade King Saud em 2010. Mas um amigo disse a ela que a General Electric (GE), gigante da indústria manufatureira e da inovação digital, estava em busca de mulheres talentosas.

Hoje, Nourah, 30 anos, é gerente sênior de projetos no centro empresarial totalmente composto por mulheres em Riad, na Arábia Saudita, que a GE e a Tata Consultancy Services criaram em parceria com a Saudi Aramco. A equipe de mil pessoas oferece gestão nas seguintes áreas: finanças e contabilidade, recursos humanos, cadeia de abastecimento e tecnologia da informação, além de outros serviços para a GE e outras empresas.
O centro, que é muito movimentado, visa contratar mais 2 mil mulheres à medida que o reino busca diversificar sua economia, ampliar o empreendimento privado e incentivar mais mulheres a trabalhar. Embora uma maioria de graduados em universidades sauditas seja composta por mulheres, apenas 20% delas estão no mercado de trabalho.
Em apenas seis anos, a situação “mudou completamente”, diz Nourah. Essas funcionárias mostraram que “são tão competentes quanto nossos colegas homens e mulheres de todo o mundo”.
Por seu compromisso com a diversidade no local de trabalho, a General Electric está entre os seis vencedores do Prêmio do Secretário de Estado para Excelência Corporativa (ACE) de 2016, por exemplificarem o melhor dos valores americanos na forma de conduzir negócios.
Uma conversa entre Jeffrey Immelt, chairman e CEO da GE, e Khalid A. Al Falih, então presidente e CEO da Saudi Aramco e atualmente ministro saudita da Energia e presidente da Aramco, foi o impulso para a iniciativa.
“Conversamos sobre se conseguiríamos as pessoas certas. E sabe o quê? As mulheres sauditas são incríveis”, diz Hisham Albahkali, presidente e CEO da GE Arábia Saudita e Bahrein, sobre as fases de planejamento.

A equipe do centro de negócios, 85% saudita, passou por mais de 600 mil horas de treinamento. O local atrai regularmente admiradores, visitantes de alto nível, de dentro e fora do reino, incluindo Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia.
“O conjunto de talentos é imenso. Promovemos feiras de emprego nas universidades e temos ótimos currículos para potenciais vagas de trabalho”, afirma Nourah, que passou por treinamento em atribuições e liderança nos Estados Unidos, Egito, Dubai, França e Turquia.
As funcionárias do centro geralmente recomendam irmãs, primas e outras parentes e amigas, o que é sempre um sinal de que é um bom lugar para se trabalhar, diz ela. “Eu me surpreendi com o compromisso delas com seus trabalhos e carreiras. Há seis anos eu não sabia que isso existia.”
Os outros vencedores do ACE 2016 são: Andela, que forma desenvolvedores de software em Lagos, Nigéria; Bureo, que transforma redes de pesca velhas do Chile em pranchas de skate; Interface, que usa redes de pesca descartadas das Filipinas em tapetes modulares; McDonald’s Alemanha, por contratar centenas de refugiados, e Sociedad Minera Cerro Verde, empresa controlada pela gigante do cobre Freeport-McMoRan que construiu uma usina de tratamento de águas residuais usada pela cidade de Arequipa, Peru, como parte de sua expansão.