Homem de pé com os braços cruzados sob teto decorado (© Carol Guzy)
Chef Todd Gray na entrada do Museu da Bíblia, onde ele administra seu novo restaurante, Manna (© Carol Guzy)

Como qualquer chef que se preze, Todd Gray acredita que uma boa refeição é uma fatia do paraíso.

E é isso que ele pretende fornecer em um restaurante chamado Manna (equivalente a “maná” em português), no novo Museu da Bíblia de Washington. A palavra “maná” — que significa comida divina ou espiritual — aparece no Livro do Êxodo do Antigo Testamento, referindo-se a alimentos milagrosamente fornecidos aos antigos israelitas enquanto vagavam pelo deserto.

De acordo com o tema do museu, Manna serve pratos de Israel e do Oriente Médio.

Homem coloca no prato comida de um bufê self-service (© Carol Guzy)
Gray prepara um prato de comida, servindo almôndegas de cordeiro, legumes mistos e grits de tahini (© Carol Guzy)

O restaurante de Gray serve uma variedade de pratos do Oriente Médio — como faláfel (bolinhos fritos feitos de grão-de-bico ou feijão branco), almôndegas de cordeiro, frango assado com salmoura e patê de azeitona picada. Outras opções incluem pratos que combinam tradições culinárias israelenses e americanas, como massa fina estilo pizza.

Mas o restaurante, gerido por Gray e sua esposa, Ellen Kassoff Gray, também dá à culinária regional um toque americano. Um dos híbridos mais populares de Grey é o grits (mingau) de tahini, influência mediterrânea aplicada a um prato típico americano. O chef adiciona elementos de sabor forte, como cominho e limão, ao grits do sul (mingau de milho grosseiramente moído), alimento que reflete suas raízes da Virgínia.

Fotos lado a lado de grande prato de <i>chilli</i> e bandeja com bolinhos de faláfel (© Carol Guzy)
O chilli de feijão preto vegano, à esquerda, e faláfel crocante, à direita, são itens populares no Manna (© Carol Guzy)

Manna alimenta cerca de 800 pessoas de todo o mundo diariamente. Procura manter um equilíbrio, introduzindo novos sabores aos fregueses aventureiros, ao mesmo tempo em que apresenta pratos clássicos com amplo apelo.

“Nós recebemos uma família de Oklahoma City que disse que a comida era maravilhosa, e um grupo de estudiosos israelenses me chamou à parte para dizer que o nosso faláfel foi o melhor que eles tinham comido fora de Israel”, disse Gray.

Mantendo as tradições

Anos antes de abrir o restaurante em 2017, o casal viajou para Israel (onde Ellen já morou) e juntos escreveram um livro sobre culinária judaica. Em uma viagem mais recente, eles trabalharam com grandes chefs israelenses, “aprendendo como o faláfel real é feito, quais guarnições são usadas, como os alimentos são preparados e servidos”, disse Gray.

O restaurante é projetado para se assemelhar a um restaurante de mercado estilo israelense, seu teto coberto de tecido semelhante à lona e suas paredes alinhadas com cerâmica terracota. Há também um terraço para jardim, plantado com ervas, para refeições ao ar livre.

Homem sorridente sentado em restaurante (© Carol Guzy)
Ajudar os clientes a descobrir novos pratos e sabores é uma alegria sem fim, diz Gray (© Carol Guzy)

Em outro ponto do museu, o primo mais moço do Manna, a cafeteria Milk & Honey, também gerida por Gray e sua esposa, vende lanches, sanduíches, bebidas e especiarias artesanais. Lançar os dois restaurantes do museu “mudou a maneira de eu olhar para a comida, e ir para Israel me mudou como chef”, disse Gray.

“Conhecer e cozinhar com pessoas, incluindo um marido israelense e sua esposa palestina, ampliou minha perspectiva e me fez sentir como se estivesse na encruzilhada de dois mundos.”