Não é nenhuma surpresa que Berlim, Londres e Hong Kong são pontos de interesse para líderes de negócios que buscam lançar empresas a fim de tornar o mundo um lugar melhor. Mas Santiago, no Chile, e Nairóbi, no Quênia, vêm logo atrás.

Isso é o que a Fundação Thomson Reuters constatou quando entrevistou centenas de especialistas em 45 países, incluindo investidores, acadêmicos, formuladores de políticas e os próprios empreendedores sociais. (O conceito de empreendedorismo social é criar um negócio bem-sucedido — muitas vezes impulsionado pela tecnologia — que pode gerar lucros enquanto promove mudanças sociais.)

Programas pioneiros para impulsionar transações bancárias por telefone celular e melhorar as condições para os moradores de favelas colocaram as capitais de Chile e Quênia entre as cinco primeiras, informou a fundação.

A Fundação Thomson Reuters destacou a Techo, organização sem fins lucrativos com sede em Santiago que combate a pobreza e visa uma melhor habitação para moradores de favelas. Criada em 1997, a Techo atrai uma crescente rede de voluntários e, depois de expandir para outros países, tornou-se a maior organização não governamental na América Latina.

“Há apenas cinco anos, a maioria das pessoas não compreendia o conceito de empreendedorismo social”, María José Montero, chefe do Fundo de Investimento de Impacto do Chile, disse à fundação.

O governo chileno tem estimulado empreendedores sociais do país, oferecendo espaço de escritório, mentoreamento e financiamento sem participação societária..

Pessoas andando em uma grande praça da cidade (Shutterstock)
Na animada cidade de Santiago, no Chile, os empreendedores sociais estão florescendo, em parte graças ao apoio do governo (Shutterstock)

No Quênia, a empresa de comunicações Safaricom revolucionou o sistema bancário e de pagamento de contas, até mesmo para os mais pobres, com seu serviço de dinheiro móvel M-Pesa, inspirando empreendedores em outros países africanos a oferecer serviços semelhantes.

“Em Nairóbi, [as pessoas] querem aprender mais e ajudar a promover mudança”, diz Stephanie Koczela, cofundadora do grupo médico Penda Health. “Elas entendem que estão se esforçando para tornar a cidade um lugar melhor.”

O governo queniano não subsidia empresas sociais, mas seus empresários têm um histórico de atrair capital de investimento privado.

A Fundação Thomson Reuters é uma instituição de caridade com sede em Londres originalmente formada pela organização de notícias Reuters em 1982 para capacitar jornalistas na África. Hoje, opera globalmente para apoiar a liberdade de imprensa, os direitos humanos, o empoderamento das mulheres e o Estado de direito.

Além de citar os pontos de interesse, a pesquisa aponta as 10 principais economias para líderes empresariais enfrentarem os problemas sociais: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Cingapura, Israel, Chile, Coreia do Sul, Hong Kong, Malásia e França.