A cidade de Fort Collins está localizada no sopé leste da cordilheira Front Range, no Colorado, onde as Grandes Planícies encontram as Montanhas Rochosas. Fundada como ponto de paragem para caravanas indo rumo a oeste através da Trilha Overland, a cidade hoje atrai pioneiros da ciência e da engenharia ansiosos por abrir novos caminhos na indústria de energia.
Um deles é Manoj Sinha, que transferiu a sede global de sua start-up de energia, a Husk Power Systems*, de sua casa em Patna, na Índia, para Fort Collins. A empresa desenvolve microrredes que usam casca de arroz para fornecer energia a vilarejos na Índia e na Tanzânia.

“O ecossistema que o Colorado oferece é bastante singular”, disse Sinha. Ele estava procurando um lugar onde a Husk — cujo objetivo é fornecer energia acessível e sustentável para milhões de pessoas — tivesse acesso a talentos de nível mundial, capital e uma rede que conectassem a empresa à pesquisa e ao desenvolvimento de energia de ponta. A Husk utilizará US$ 20 milhões em investimentos advindos de empresas estrangeiras a fim de contratar executivos e equipes técnicas nos EUA.
A Husk integra a Powerhouse*, sede do Instituto de Energia* da Universidade Estadual do Colorado, um centro de pesquisas sobre desafios energéticos internacionais.
Desde que o governo da cidade de Fort Collins firmou parcerias com líderes do setor e com a Universidade Estadual do Colorado visando criar o instituto em 1991, cerca de 18 start-ups foram lançadas a partir da Powerhouse. Uma delas é a Envirofit International*, que alavancou o talento e a pesquisa em Fort Collins com o intuito de reduzir as emissões tóxicas de fogões a lenha e que agora é a maior fabricante de fogões que utilizam energia limpa para os países em desenvolvimento.
Ian Skor disse que sua start-up, Sandbox Solar*, se beneficia da infraestrutura de serviços públicos de eletricidade de Fort Collins e de empresas de tecnologia e institutos de energia nas imediações. Andrew Lyle, cofundador da Skor, valoriza o trabalho em uma comunidade de pessoas que estão buscando prever como será a energia no futuro. “A cidade corteja ativamente esses tipos de empresas”, disse ele.
Jeff Muhs, diretor adjunto do Instituto de Energia, vê potencial para o instituto mudar a produção, o armazenamento e a distribuição de energia na próxima década por meio de seu trabalho em energia solar, desenvolvimento de baterias e tecnologia de detecção de vazamento de metano.

Em 2015, o Instituto Smithsoniano designou Fort Collins como o “Lugar de Invenção” mais atual em uma exposição permanente sobre a história da inovação americana no Museu Nacional de História Americana.
Sinha espera que essa inovação seja transferida de Fort Collins a clientes na África e na Ásia, onde a Husk pretende crescer, passando de 75 minirredes para 300 minirredes em um futuro próximo. Muhs conectou Sinha com professores de Economia Comportamental da Universidade Estadual do Colorado, que ajudarão a Husk a expandir seu mercado para locais sem acesso à energia.
“Estamos tentando gerar demanda de clientes nos locais em que temos de promover o que chamamos de usos produtivos de energia elétrica”, disse Sinha.
* site em inglês