Placa de Petri contendo três retalhos de tecido (© 2016 Universidade de Stanford/Linda A. Cicero/Stanford News Service)
(© 2016 Universidade de Stanford/Linda A. Cicero/Stanford News Service)

 

Engenheiros da Universidade de Stanford desenvolveram um tecido que pode ajudar as pessoas a se adaptar às temperaturas mais quentes do mundo — pois não só deixa a transpiração escapar, mas também refresca a pele.

De acordo com os cientistas, que publicaram suas descobertas na revista Science, tecidos de baixo custo à base de plástico poderiam ser utilizados na criação de vestuário para arrefecer o corpo de forma mais eficiente do que as fibras naturais ou sintéticas prevalentes hoje.

Ao refrescar as pessoas em vez de refrigerar o edifício em que trabalham ou vivem, economiza-se em custos de energia, disse o principal cientista Yi Cui, professor de Ciência dos Materiais e Engenharia na Universidade de Stanford.

O novo material permite que a temperatura do corpo fique cerca de 2 graus Celsius mais fria se comparado com a sensação térmica proporcionada por tecidos de algodão. Assim como ocorre com tecidos utilizados em roupa esportiva, ele facilita a evaporação do suor. Mas o novo material também permite que o calor emitido pelo corpo (como radiação infravermelha) atravesse o tecido.

Como resultado, uma pessoa vestida com este novo material pode não sentir a necessidade de ligar um ventilador ou ar-condicionado.

Pronto para vestir?

Shanhui Fan, professor de Engenharia Elétrica de Stanford, universidade especializada em fotônica — estudo da luz visível e invisível — afirmou que aproximadamente metade do calor do nosso corpo é dissipado na forma de radiação infravermelha, mas há pouca pesquisa no desenvolvimento de tecidos para lidar com isso.

“Vestir qualquer coisa retém um pouco de calor” e aquece a pele, Fan disse em um comunicado de imprensa. “Se dissipar a radiação térmica era a nossa única preocupação, então seria melhor não vestir nada.” Mas como o pudor é uma questão a ser considerada, um tecido que pode nos manter refrescados quando a temperatura estiver elevada é um verdadeiro avanço.

Os próximos experimentos dos cientistas da Universidade de Stanford tentarão criar tecidos em mais cores e com características semelhantes ao pano, e torná-los mais fáceis de produzir em quantidades maciças.