Cientistas Nobel: alimentos geneticamente modificados salvam vidas

Colheita de soja no Brasil (© AP Images)
Colheitadeiras Combine colhendo soja, uma das culturas mais frequentemente modificadas por meio da biotecnologia moderna (© AP Images)

Uma carta aberta* assinada por mais de 110 ganhadores do Prêmio Nobel — que é um terço dos cientistas laureados vivos — apela aos governos de todo o mundo para que aprovem os organismos geneticamente modificados (OGM) e exorta os adversários ambientais a parar de combater as inovações biotecnológicas.

“Quantas pessoas pobres no mundo devem morrer antes de considerarmos este um ‘crime contra a humanidade’?”, escrevem eles ao afirmarem que as culturas geneticamente modificadas são seguras para serem introduzidas na alimentação e têm o potencial de salvar milhões de vidas.

Os laureados estão lançando uma campanha para apoiar as modernas técnicas de reprodução vegetal.

“Organismos científicos e reguladores em todo o mundo têm constatado repetida e consistentemente que culturas e alimentos melhorados através da biotecnologia são tão seguros quanto, se não mais seguros do que, aqueles derivados de qualquer outro método de produção”, escrevem os cientistas.

Animação gráfica mostra 109 laureados que apoiam a agricultura de precisão (OGM) (Estado Dept./Doug Thompson)
(Depto. de Estado/Doug Thompson)

Um relatório recente da Academia Nacional de Ciências* concluiu que estas culturas nunca demonstraram causar doença humana ou dano ambiental. Sementes modificadas são usadas em um oitavo de terras agrícolas do mundo para plantar soja, algodão, milho e outras culturas.

Os laureados acusam os adversários de tentarem impedir a introdução do arroz “dourado” rico em vitamina A nas Filipinas e em outros lugares. Isso prejudica as pessoas pobres no sudeste da Ásia e na África, dentre outros lugares.

A Organização Mundial da Saúde estima que 250 milhões de pessoas sofrem de deficiência de vitamina A, com bebês e crianças em maior risco de morte ou cegueira. Segundo a Unicef, de 1 milhão a 2 milhões de mortes a cada ano poderiam ser evitadas se as famílias pobres acrescentassem mais vitamina A em suas dietas.

Randy Schekman, biólogo celular da Universidade da Califórnia em Berkeley que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina de 2013, disse ao Washington Post*: “Acho que é surpreendente que grupos que são muito favoráveis à ciência quando se trata de mudanças climáticas globais (…) podem menosprezar tanto as opiniões de cientistas em geral” sobre biotecnologia agrícola.

Quase todas as sementes utilizadas pelos agricultores foram otimizadas através do melhoramento de plantas convencionais para produzir colheitas mais abundantes e resistentes a insetos. Os laureados dizem que os agricultores agora devem usar livremente “todas as ferramentas da biologia moderna, especialmente sementes aprimoradas através da biotecnologia”.