
Americanos comemoram o Cinco de Mayo todo 5 de maio com pratos favoritos mexicanos, como mole (frango com chocolate), pozole (receita feita à base de grãos de milho e carne) e margaritas*. A data comemora a vitória do México sobre os franceses na Batalha de Puebla em 1862.
Os mexicanos há muito comemoram essa reafirmação de sua Independência nacional contra um possível colonizador.
O crescimento da popularidade do Cinco de Mayo nos Estados Unidos é testemunho tanto da forte identidade cultural dos mexicanos americanos quanto da amizade histórica entre os Estados Unidos e o México. Celebrado por mexicanos americanos e seus concidadãos, o dia é comemorado em cidades não muito distantes do México, como San Antonio e El Paso, mas também em lugares como St. Paul, Minnesota e Chicago.
Uma batalha vencida contra todas as expectativas
Em 1861, o presidente mexicano Benito Juárez ordenou uma moratória nos pagamentos da dívida externa. O México chegou a acordos com a Grã-Bretanha e a Espanha, mas o imperador francês Napoleão III invadiu o México na esperança de estabelecer um regime amigável alinhado aos interesses franceses.
As forças militares da França estavam entre as mais fortes do mundo, enquanto o Exército mexicano era menor e desprovido de capacidade.
O Exército francês tomou a cidade de Campeche no final de fevereiro de 1862. Mas dois meses depois, um Exército mexicano de 4 mil pessoas liderado pelo general Ignacio Zaragoza Seguín derrotou o Exército francês de 8 mil homens na primeira Batalha de Puebla. A vitória garantiu que o México permanecesse livre da dominação europeia. Também teria um impacto em eventos no país vizinho ao norte do México, os Estados Unidos.

Relação entre EUA e México cresce
Enquanto o general Zaragoza derrotava os franceses em Puebla, os EUA travavam uma guerra própria, uma Guerra Civil brutal que terminou com a derrota da Confederação escravista e o fim da escravidão nos Estados Unidos. Mas em 1862, o resultado dessa guerra não estava garantido.
Napoleão III se alinhou com líderes confederados e queria fornecer munição ao Exército para combater as forças da União.
“Se os franceses tivessem tomado Puebla e ido para a Cidade do México, a Guerra Civil [dos EUA] teria sido muito diferente”, diz David Hayes-Bautista, autor de El Cinco de Mayo: An American Tradition (O Cinco de Mayo: uma tradição americana, em tradução livre).
Os mexicanos americanos na Califórnia acompanharam de perto a cobertura jornalística de Puebla.
Ao saber que os franceses deixaram o México, os mexicanos americanos comemoraram o triunfo dos valores democráticos. Muitos foram inspirados a se alistar no Exército da União, contribuindo, diz Hayes-Bautista, para a vitória final da União.

“Latinos [nos Estados Unidos e no México] puderam finalmente dar um suspiro de alívio porque seus filhos cresceriam nos termos da liberdade, da igualdade e da democracia”, diz Hayes-Bautista, “e essas crianças continuaram a celebrar o Cinco de Mayo pelo restante do século 19”.
Desde o século 19, mexicanos americanos nos Estados Unidos têm usado o Cinco de Mayo para celebrar a cultura mexicana no país que adotaram. Nas últimas décadas, o Cinco de Mayo se expandiu para além da comunidade mexicano-americana e é celebrado por americanos de todas as etnias.
Los Angeles — onde residem 5 milhões de mexicanos americanos — é o local onde é realizada a maior celebração de Cinco de Mayo do mundo.