
Ninguém esperava sua vitória. Mas depois de disparar nos últimos 25 metros dos 100 metros nado livre, a nadadora americana Simone Manuel tocou a parede da piscina marcando um novo recorde olímpico. Sua vitória vai repercutir muito além da raia três do centro aquático no Rio.
Com seu mergulho histórico, Simone se tornou a primeira mulher afro-americana a ganhar uma medalha de ouro individual de natação nos Jogos Olímpicos. A nadadora de 20 anos de Sugar Land, no Texas, compartilhou o primeiro lugar no pódio em um empate com Penny Oleksiak do Canadá.
“Esta medalha não é só para mim”, disse Simone, sem fôlego depois de sair da piscina em uma entrevista à rede de televisão NBC. “É para um grupo inteiro de pessoas que vieram antes de mim, e que foram uma fonte de inspiração para mim — Maritza [Correia], Cullen [Jones] — e é para todas as pessoas depois de mim que acreditam que não vão conseguir”, disse ela.
Ela estava se referindo a Maritza Correia, que ganhou a prata no revezamento feminino nos Jogos Olímpicos de 2004, e Cullen Jones, que ganhou quatro medalhas olímpicas de natação nos Jogos de 2008 e 2012.

A vitória de Simone nos 100 metros livre é a primeira medalha dos EUA no evento em 36 anos. Simone também ganhou uma medalha de prata com o revezamento feminino 4×100 metros livre dos EUA.
Durante o outono americano, ela retornará como estudante do terceiro ano da Universidade de Stanford, na Califórnia.
“Eu gostaria que houvesse um dia em que existam mais de nós, e não apenas a ‘Simone, a nadadora negra’”, disse ela. “Porque o título ‘nadadora negra’ faz parecer que eu não deveria ser capaz de ganhar uma medalha de ouro, ou que não deveria ser capaz de quebrar recordes.”
“E isso não é verdade, porque eu trabalho tão arduamente como qualquer outra pessoa. Eu quero vencer como todo mundo.”
Este artigo se baseia em reportagens da Associated Press.