A Primeira Emenda da Constituição dos EUA garante a liberdade de expressão aos americanos. Mas isso não significa que o governo ou os cidadãos aprovem o discurso do ódio ou blasfemo. Embora as leis não proíbam o discurso do ódio, a sociedade trabalha para evitar que ele ocorra e para diminuir seu dano quando é utilizado. Como estes exemplos abaixo demonstram, a melhor maneira de combater o discurso do ódio é através da sua exposição realizando mais discursos.
Manifestantes e contramanifestantes
As pessoas podem se expressar livremente, mesmo se expressarem o ódio. Contramanifestantes geralmente combatem o ódio com seu próprio discurso. Em 10 de setembro de 2011, Terry Jones chegou em Times Square vestindo uma camiseta com um slogan ofensivo antimuçulmano e falou contra o Islã. As pessoas ao seu redor lhe disseram que estava errado. Uma pessoa começou a cantar a música dos Beatles “All You Need Is Love” (Tudo o que você precisa é de amor, em tradução livre). “É um país livre, pessoal. Quero ouvir vocês cantarem!”, ele gritou, provocando um contraprotesto improvisado.
Figuras públicas
Autoridades utilizam seus cargos públicos ou posições em que se encontram para denunciar o ódio e incentivar a tolerância. Quando Terry Jones ameaçou queimar o Alcorão em 2010, o presidente Obama foi à televisão e disse: “Apenas espero que ele compreenda que o que ele está propondo fazer é completamente contrário aos nossos valores enquanto americanos, que este país foi construído com base nas noções de liberdade religiosa e tolerância religiosa.”
Líderes religiosos
Líderes de muitas religiões denunciam o discurso do ódio e realizam cerimônias ecumênicas para diminuir a atenção dada a isso. Coalizões ecumênicas impulsionaram o movimento pelos direitos civis dos Estados Unidos. “A carreira inteira de Martin Luther King tinha por base o ecumenismo”, afirmou o historiador Taylor Branch. Quando King liderou o movimento que se iniciou nas igrejas negras do Sul, rabinos, líderes budistas e padres católicos aderiram, reforçando a mensagem de igualdade racial. Hoje, a campanha Ombro-a-Ombro (Shoulder-to-Shoulder), composta de 29 grupos religiosos nacionais, apoia os muçulmanos americanos e defende os valores americanos.
Oficiais da lei
A polícia protege os direitos que todos os cidadãos possuem de se expressar livremente; portanto, o discurso do ódio raramente provoca violência. Em virtude de os policiais também servirem de exemplo, eles são capacitados para respeitar a religião de todas as pessoas. Por exemplo, o Departamento de Justiça dos EUA ensina aos policiais sobre a fé dos siques e sobre o “dastar” (turbante) e o “kirpan” (punhal) usados por siques praticantes. As autoridades aprendem que o “kirpan” representa um dever dos siques visando a proteção dos fracos e inocentes, e que isso não deve ser considerado uma ameaça.
Cidadãos e líderes comunitários
Pessoas comuns podem fazer a diferença. Professores em escolas e líderes comunitários ensinam as pessoas a desenvolver conscientemente a tolerância e a enfrentar o bullying quando testemunharem sua ocorrência. Recursos monetários federais ajudam os líderes em cidades e em comunidades tribais a ensinar lições que podem prevenir o discurso ofensivo. Em um programa, adolescentes fizeram vídeos para incentivar seus pares a serem gentis e tolerantes.