Como a parceria entre a União Africana e os EUA está fazendo a diferença

Soldado da União Africana, com boina verde, carrega um lançador de granada (© AP Images)
Os EUA e a União Africana trabalham em conjunto para mobilizar soldados de manutenção da paz em resposta rápida aos conflitos atuais (© AP Images)

A União Africana fez um chamado de “solidariedade, Pan-Africanismo, autossuficiência e independência para uma África Unida” na abertura de sua 27a Reunião de Cúpula*, realizada entre 10 a 18 de julho em Kigali, Ruanda.

Formada atualmente por 54 países da África, a União Africana conta com o apoio dos Estados Unidos desde a sua fundação, em 1999.

“Diante das ameaças, a África — e a União Africana — tem demonstrado liderança”, disse o presidente Obama em julho de 2015, quando se tornou o primeiro mandatário dos EUA a discursar para a organização.

Desde 2005, o programa de Formação e Assistência a Operações de Contingência na África, do Departamento de Estado, capacitou mais de 296.811 pacificadores. Essas tropas de manutenção da paz são as únicas mobilizadas por uma decisão nacional soberana de uma nação parceira a contribuir para as forças sob o mandato da ONU, da União Africana ou de outra organização regional.

O que os EUA fizeram:

  • Destinaram mais de US$ 842 milhões em fundos de apoio à Missão da União Africana na Somália e suas tropas com equipamentos, logística, assessoria e treinamento para combater o grupo terrorista Al Shabaab e criar mais oportunidades para os avanços políticos;
  • Enviaram US$ 100 milhões em apoio à missão da União Africana de prevenção à violência étnica na República Centro-Africana e de recuperação da estabilidade.
  • Apoiaram o trabalho da União Africana na elaboração de soluções de manutenção da paz geridas por africanos para africanos, que podem se sustentar no futuro como alternativas eficazes às operações da ONU.

Durante a Cúpula de Líderes EUA-África de 2014**, o presidente Obama anunciou a Parceria de Resposta Rápida para a Manutenção de Paz na África, a fim de promover as capacidades de resposta rápida de seis nações africanas parceiras iniciais: Etiópia, Gana, Ruanda, Senegal, Tanzânia e Uganda. A parceria garante uma injeção de recursos de três a cinco anos para reforçar capacidades de reposta rápida em manutenção da paz nesses países.

O apoio dos EUA se concentra sobretudo em permitir que os soldados de manutenção da paz na África contribuam para as operações da ONU, da União Africana ou de outra organização regional, como a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental.

Um elemento essencial desse esforço é a Força de Reserva Africana, uma força de manutenção da paz internacional, continental e multidisciplinar formada por unidades militares, policiais e civis. Seus integrantes são autorizados a intervir em um dos Estados-membros da União em caso de “graves circunstâncias”, como crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade.

Grande parte desse apoio é implementado pelo programa de Formação e Assistência a Operações de Contingência na África, assim como pelo Comando dos Estados Unidos para a África.

A assistência prestada por ambas as organizações é financiada principalmente por meio da Iniciativa das Operações Globais de Preservação da Paz. O objetivo é ajudar as nações parceiras da África a desenvolver sua capacidade de realizar as operações de paz necessárias atualmente, com mínima assistência internacional.

“Na medida em que a África enfrenta o terror e os conflitos (…) os Estados Unidos estão a seu lado”, disse Obama à União Africana no ano passado. “Com treinamento e apoio, estamos ajudando no fortalecimento das forças africanas.”

* site em inglês, francês e árabe
** site em inglês