A campeã de artes marciais Jackie Galloway, do Texas, espera ganhar uma medalha em sua primeira Olimpíada no Rio de Janeiro, onde representará os Estados Unidos. Ela esteve perto de competir nos Jogos de 2012, mas pela equipe mexicana.
Jackie e centenas de outros atletas presentes aos Jogos Olímpicos do Rio têm dupla nacionalidade. Possuem passaportes de dois países, além dos direitos e obrigações de ambas as nações.
A Carta Olímpica* estipula que os atletas devem ser cidadãos do país pelo qual competem. A lei dos EUA* não menciona a dupla nacionalidade nem exige que uma pessoa escolha uma nacionalidade ou outra.
Nesta matéria, você verá como quatro atletas de dupla nacionalidade esperam fazer história na Olímpiada de 2016.
Jackie Galloway
Jackie já é um grande destaque no taekwondo. Em 2010, aos 14 anos, ela aceitou ocupar um lugar na equipe do México após derrotar a campeã mundial mexicana. E ficou orgulhosa por se tornar a pessoa mais jovem da história a entrar para a equipe nacional mexicana.
Após dois anos morando e treinando na Cidade do México, quando foi suplente nos Jogos Olímpicos de Londres, Jackie retornou ao Texas para se juntar à equipe dos EUA. Hoje, está entusiasmada para competir no Rio.
INSTAGRAM: Legenda: Obrigada a @dina_roo @e.lizabethanne @kelseykels97 @_gabriela_franco por me indicar para o #20beautifulwomenchallenge
As esperanças são grandes. Ela ganhou a medalha de ouro durante os Jogos Pan-Americanos de 2015, o maior evento esportivo das Américas.
“A diferença entre um membro da equipe e um suplente, a diferença entre ouro e prata, será determinada em questão de poucos segundos. Por isso, preciso estar bem concentrada em cada momento das competições”, diz Jackie*.
Jackie, no Twitter @ikick_urface*, competirá na categoria feminina de peso-pesado do taekwondo em 20 de agosto no Rio.
Naomy Grand’Pierre
Quando mergulhar na piscina olímpica, Naomy Grand’Pierre, de 19 anos, será a primeira nadadora haitiana a alcançar essa façanha. A estudante da Universidade de Chicago foi criada em Atlanta, na Geórgia. É a mais velha de cinco filhos. Depois que uma prima se afogou, sua mãe, imigrante haitiana, esforçou-se para que Naomy e seus irmãos aprendessem a nadar.
Naomy passou facilmente pelas primeiras aula de natação e logo entrou para uma equipe da cidade de Atlanta. O seu tempo, cada vez mais rápido, atraiu a atenção de um técnico do Haiti.
E o Haiti atraiu a atenção da família de Naomy em 2010. “O terremoto que atingiu o país naquele ano fez com que muitos haitianos voltassem para casa e olhassem para suas origens”, disse Clio Grand’Pierre*, mãe de Naomy, que, após visitar um clube de natação no Haiti, teve a ideia de que sua filha competisse na Olimpíada pelo país caribenho.
Naomy continuou treinando e, após uma qualificação nas Bahamas, conseguiu a marca para competir nos 50 metros nado livre na Olimpíada. Ela integrará a delegação de 11 atletas do Haiti no desfile dos países, em 5 de agosto.
[BREAKING NEWS]
Naomy Grand’Pierre will be the first woman in history to swim for Haiti at the Olympic Games. pic.twitter.com/nbpwG5EFL5— Pierre Côté (@pierrecote) July 5, 2016
Tuíte: Naomy Grand’Pierre será a primeira mulher na história a nadar pelo Haiti nos Jogos Olímpicos.
Naomy espera fazer história com o seu nado, mas seus objetivos vão além da Olimpíada. Ela quer ajudar a fazer da natação um esporte mais universal. “Atualmente, não há pessoas que sirvam de inspiração para os haitianos quando se trata de natação”, afirma.
“Nadar é algo a que todos podem ter acesso. É para todas as pessoas, de qualquer raça e gênero.”
Naomy competirá nos 50 metros nado livre em 13 de agosto. Acompanhe seus nadadores favoritos no Rio de 6 a 13 de agosto.
Mohamed Hrezi
Embora more nos EUA, treinando e estudando em Michigan, Mohamed “Mo” Hrezi se classificou para a maratona olímpica e competirá pela Líbia como único representante desse país em eventos de atletismo.
Hrezi, de 24 anos, diz que se sente honrado por representar a herança líbia de sua família. “Tem dias que recebo cartas de pessoas que não conheço, com fotos e recortes de jornais sobre minhas corridas”, disse ele*. “Diante da turbulência no país, qualquer luz ou notícia positiva é boa para as pessoas, e acho que elas se sentem ainda mais orgulhosas ao saber que um líbio nascido nos EUA quer representá-las.”
Entre o início de junho e o final de julho, ele modificou o cronograma de treinamento para observar o Ramadã, período de reflexão e jejum do amanhecer ao anoitecer. Durante o jejum, ele corria 160 quilômetros por semana. Isso significava que o treino mais difícil do dia começava à 1h30 da madrugada, com seu treinador, Kevin Hanson, seguindo-o de bicicleta com os olhos sonolentos.
Broad MBA student @mo_hrezi running to #Rio to compete in Olympic Marathon #SpartansWill https://t.co/Nb48ZOhzjV pic.twitter.com/bLnwy5Hc7D
— MSU Broad College of Business (@MSUBroadCollege) July 7, 2016
Tuíte: Estudante de MBA da Broad @mo_hrezi competirá na #Rio em maratona olímpica #SpartansWill http://ow.ly/XF7L3021V2U
Depois de correr, Hrezi comia (geralmente ovos cozidos e bebidas proteicas) e ia dormir às 4h00 da manhã. A preparação exaustiva para o Rio durante o Ramadã foi uma experiência espiritual, diz ele.
“Sinto-me realmente abençoado”, afirma. “E espero chegar longe com um esforço que deixe minha família, meus amigos e meu país orgulhosos.”
Você pode acompanhar Mohamed Hrezi no Twitter @Mo_Hrezi*. A maratona olímpica será no domingo, 21 de agosto.
Norik Vardanian
O levantador de peso Norik Vardanian está prestes a alcançar seu objetivo de competir na equipe olímpica de um segundo país.
Vardanian representou a Armênia, país onde nasceu, nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, ficando em 11o lugar. À época, sua dupla cidadania lhe permitiu se mudar de volta aos EUA, onde ele hoje é um atleta residente no Centro de Treinamento Olímpico dos EUA em Colorado Springs, no Colorado.
Olympic weight lifter Norik Vardanian’s swears by this pricey snack: https://t.co/SnTkWanXqy pic.twitter.com/oNoYtHCmOh
— Us Weekly (@usweekly) July 23, 2016
Tuíte: O levantador de peso olímpico Norik Vardanian confia no poder deste lanche refinado: http://usm.ag/2a6EUgQ
Vardanian chega ao Rio com uma trajetória de peso. Ele ganhou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2015 e bateu recordes nos EUA para a categoria de 94 quilos em que o atleta levanta a barra do chão até acima da cabeça em um movimento contínuo.
Ele diz que foi atraído para o esporte* por causa de seu pai, Urik Vardanian, medalhista de ouro olímpico e sete vezes campeão mundial. “Achei que ele seria um bom cara para conversar sobre o esporte”, diz o filho.
Norik está documentando sua experiência olímpica* no Instagram; você pode acompanhar Norik e os outros levantadores de peso no Rio de 6 a 16 de agosto.
* site em inglês