A juíza Ketanji Brown Jackson, ex-defensora pública e advogada bem-sucedida em sua atuação no setor privado, leva uma vasta gama de experiência à Suprema Corte dos EUA.
Formada pela Universidade de Harvard, Ketanji trabalhou como defensora pública, representando clientes que não tinham condições de pagar um advogado. Posteriormente, ela atuou na Comissão de Sentenças dos EUA, agência dos EUA que propõe mudanças em sentenças federais, e mais recentemente, como juíza do Tribunal de Recursos dos EUA para a Circunscrição do Distrito de Colúmbia.
Ketanji é uma jurista com “uma mente independente, uma integridade inflexível, um forte compasso moral e a coragem de se levantar em defesa do que ela acredita ser correto”, disse o presidente Biden quando a nomeou em 25 de fevereiro. O Senado dos EUA confirmou a nomeação de Ketanji em 4 de abril. Ela é a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na Suprema Corte e se junta a outras três mulheres entre nove juízes do principal Tribunal da nação.

Nascida em Washington e criada em Miami, Ketanji cresceu em uma família imersa no serviço público. Seus pais trabalharam como professores de escola pública e seu irmão e dois de seus tios são policiais, um dos quais está prestes a se tornar chefe de polícia de Miami.
O interesse de Ketanji por Direito começou cedo. Quando ela era criança, seu pai, professor, decidiu ser advogado. Ela e seu pai faziam a tarefa de casa juntos, Ketanji colorindo livros pré-escolares enquanto seu pai estudava para a Faculdade de Direito.
“Algumas das minhas primeiras lembranças são dele sentado à mesa da cozinha lendo seus livros de Direito”, disse ela, aceitando a nomeação de Biden para a Casa Branca. “Eu o observava estudando e ele se tornou minha primeira referência profissional.”
O ex-presidente Obama indicou Ketanji à Comissão de Sentenças em 2009. Como vice-presidente da Comissão, Ketanji se concentrou em assegurar que as sentenças federais fossem justas e em reduzir disparidades de sentenças injustificadas.
Antes de sua nomeação para a Suprema Corte, Ketanji atuou como juíza no Tribunal de Recursos dos EUA para o Distrito de Colúmbia, um nível abaixo da Suprema Corte, e no Tribunal de Primeira Instância dos EUA para o Distrito de Colúmbia.
Ao trabalhar na Comissão de Sentenças, Ketanji seguiu os passos do juiz da Suprema Corte Stephen Breyer, para quem ela trabalhou após a Faculdade de Direito e cuja cadeira está ocupando no Tribunal. Breyer se aposentará no final do mandato do tribunal de 2021-2022.

Em seu discurso de nomeação, Biden disse que quando Ketanji se tornar a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na Suprema Corte, ela mostrará aos jovens que não há limites para o que eles podem alcançar.
“Por muito tempo, nosso governo, nossos tribunais não se pareciam com os Estados Unidos”, disse Biden. “E acredito que é hora de termos um Tribunal que seja reflexo de todo o talento e grandeza de nossa nação com uma candidata de qualificações extraordinárias e que inspire todos os jovens a acreditar que um dia podem servir seu país na mais alta instância.”