
Quando as forças militares do presidente russo, Vladimir Putin, sitiaram Kherson na Ucrânia em março, elas impediram o acesso dos ucranianos a notícias independentes e censuraram o tráfego da internet.
Na Birmânia (atual Mianmar), depois que forças militares tomaram o poder por meio de um golpe em fevereiro de 2021, elas bloquearam o acesso à internet visando minar a ampla oposição pública ao golpe e impedir a divulgação de suas atrocidades contínuas contra o povo birmanês.
Em ambos os casos, organismos de fiscalização da conectividade à internet rapidamente expuseram as repressões autoritárias à liberdade de buscar, receber e difundir informações, que faz parte do direito à liberdade de expressão, consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos*.
#Myanmar: Data on internet blocks and internet outages following military couphttps://t.co/tUm2mcC9QV
Our report w/@caida_ioda @myanmarido shares data on:
• Blocking of social media, Wikipedia, circumvention tool sites
• Ongoing internet outages#WhatsHappeningInMyanmar pic.twitter.com/ncWYcA1tpO
— OONI (@OpenObservatory) March 9, 2021
Tuíte:
Observatório Aberto de Interferência de Rede
Mianmar: dados sobre bloqueios e interrupções na internet após golpe militar https://ooni.org/post/2021-myanmar-internet-blocks-and-outages/… Nosso relatório com o Centro de Análise Aplicada de Dados da Internet (Caida) da Organização de TIC de Mianmar para o Desenvolvimento (Mido) compartilha dados sobre: • Bloqueio de mídias sociais, Wikipedia, sites de ferramentas de evasão • Interrupções contínuas da internet #WhatsHappeningInMyanmar @OpenObservatory #Myanmar @myanmarido
A Organização de Internet e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) de Mianmar para o Desenvolvimento e o Observatório Aberto de Interferência de Rede* (Ooni) estão entre um punhado de empresas, grupos sem fins lucrativos e organizações acadêmicas que monitoraram e denunciaram a censura da internet na Birmânia imediatamente após o golpe de fevereiro de 2021 e nos meses que se seguiram.
Doug Madory, da empresa Kentik*, com sede na Califórnia, que rastreou a manipulação russa de dados da internet da Ucrânia, na cidade portuária de Kherson, controlada pela Rússia, disse em um artigo de blog de 9 de agosto* que o sequestro russo do ciberespaço ucraniano permitiu ao Kremlin “vigilar, interceptar e bloquear comunicações com o mundo lá fora”.
“Isso cria um grave risco para os cidadãos de Kherson, especialmente para aqueles que resistem à ocupação da cidade”, acrescentou Madory.
Por meio de monitoramento remoto e local, esses organismos de fiscalização da conectividade expõem apagões na internet e fornecem ferramentas digitais para cidadãos de todo o mundo monitorarem a conectividade em seus países.
Internet service in Russian-occupied Kherson, Ukraine was disabled at 16:12 UTC (6:12pm local) on Saturday, 30 April. #UkraineRussiaWar
Khersontelecom service was restored ~24hrs later via Russian transit from nearby Crimea. pic.twitter.com/uN31jLrzEc
— Doug Madory (@DougMadory) May 2, 2022
Tuíte:
Doug Madory
O serviço de internet na cidade ucraniana de Kherson, que está sob ocupação da Rússia, foi desativado às 16h12 [hora universal — UTC (18h12 local)] no sábado, 30 de abril. O serviço Khersontelecom foi restaurado ~24 horas depois por intermédio de trânsito russo a partir da vizinha Crimeia. @DougMadory #UkraineRussiaWar
Seus esforços ocorrem quando vários governos fazem uso de bloqueios da internet, que a Freedom House chama de ferramenta contundente que pode ter “um impacto incrivelmente amplo e devastador” na sociedade.
Pelo menos 182 bloqueios da internet foram relatados em 34 países em 2021, número superior às 159 paralizações em 2020, de acordo com o Access Now*, grupo de direitos digitais com sede em Nova York. Em 2011, o Access Now criou a RightsCon, uma cúpula anual sobre direitos humanos na era digital que reúne centenas de organizações que se opõem à censura on-line por parte de governos.
Estados Unidos e nações parceiras apoiam uma internet aberta, confiável e segura por meio da Coalizão para a Liberdade On-line. Em 2023, pela primeira vez, os Estados Unidos presidirão a coalizão de 34 governos que buscam garantir liberdade de expressão, livre associação, reunião pacífica e privacidade on-line para todos, em todos os lugares.
As agências governamentais dos EUA e o setor privado também trabalham com parceiros regionais a fim de expandir o acesso à internet no Continente Americano e na África. Os Estados Unidos têm proporcionado assistência crucial em segurança cibernética à Ucrânia, ajudando o país a permanecer on-line durante a guerra brutal e injusta da Rússia.
Em declarações à RightsCon em 7 de junho, o secretário de Estado, Antony Blinken, elogiou aqueles que trabalham com o intuito de garantir “que o futuro da tecnologia e o futuro da internet sejam aqueles que realmente promovam a liberdade, que façam avançar os princípios democráticos e que garantam que, juntos, possamos construir um futuro que reflita os valores que compartilhamos.”
* site em inglês