
Ela “talvez seja um dos melhores atletas que jogaram beisebol de quem nunca se ouviu falar”, de acordo com a Associação de Jogadores de Beisebol das Ligas Negras.
As Ligas Negras serviram como vitrine para os melhores jogadores negros de beisebol dos Estados Unidos antes da integração racial da Liga Principal de Beisebol (que começou lentamente em 1947, quando Jackie Robinson jogou na primeira base do Brooklyn Dodgers).
Contratada em 1953 para jogar na segunda base do time de Indianápolis da liga, Marcenia Lyle “Toni” Stone Alberga (1921–1996) foi a primeira mulher a jogar ao lado de homens em um time de beisebol profissional da grande liga americana. Sua história foi dramatizada na peça “Toni Stone”, que estreou em 3 de setembro no teatro Arena Stage de Washington.
A peça será transmitida simultaneamente ao vivo no Parque Nationals (que abriga o time de beisebol de Washington) em 26 de setembro e será gratuita para os membros da comunidade interessados. Com base no livro Curveball: The Remarkable Story (“Curveball: a história extraordinária de Toni Stone”, em tradução livre), de Martha Ackmann, a peça apresenta ao público uma pioneira que perseguia sua paixão pelo beisebol enquanto negociava desafios dentro e fora do campo.

Toni, natural de St. Paul, Minnesota, cresceu jogando como atleta poliesportiva jogando em times masculinos. Quando jovem adulta, ela estava determinada a jogar beisebol no mais alto nível. As Ligas Negras — que começaram a operar em 1920, mas desde então se separaram e ganharam postumamente o status de liga principal — deram a Toni essa oportunidade. (O time de Indianápolis foi o último dos times das Ligas Negras a se separar, continuando a participar de jogos de exibição na década de 1980).
A presença de Toni na equipe foi anunciada como uma novidade para ajudar a vender ingressos, o que aconteceu. Mas às vezes ela também enfrentava multidões hostis, era evitada por companheiros de equipe ressentidos que diziam que ela deveria estar em casa. E também tinha de lidar com jogadores de times adversários que tentavam machucá-la ao avançar rumo à base.
A capacidade atlética e a coragem de Toni impressionaram muitos fãs, independente de qualquer coisa.

Toni começou na segunda divisão, onde conseguiu uma rebatida do lendário arremessador Satchel Paige em sua primeira temporada. Quando ela se mudou para se juntar à equipe de Indianápolis, ela assumiu o lugar do jogador estrela Hank Aaron, que havia deixado para jogar no Milwaukee (agora Atlanta) Braves da Liga Principal de Beisebol.
As Ligas Negras “nascem da exclusão que talvez se tornem a entidade mais inclusiva desta nação”, disse Bob Kendrick, presidente do Museu das Ligas Negras de Beisebol* em Kansas City, Missouri. A peça é “uma ode não só a Toni Stone, mas também a outras mulheres pioneiras que estiveram envolvidas nas Ligas Negras” — Connie Morgan e Mamie “Peanut” Johnson, que sucederam Toni como jogadoras.
“Toni Stone é uma inspiração para todos nós”, disse ele.
A coreógrafa da produção de “Toni Stone”, Camille A. Brown, descreve como a dinâmica da equipe se desdobra no palco por meio do movimento e do diálogo. “Os atores trabalharam com um técnico de beisebol que lhes mostrou os maneirismos e algumas posições que os jogadores de beisebol ocupam durante um jogo”, disse ela.
“A coreografia para esta produção em particular é orientada pelo personagem e expressa a capacidade atlética e o brilho absoluto do corpo negro”, disse Rickey Tripp, coreógrafo associado. Os atores “entenderam a tarefa, e a recompensa é grande”.