Para alcançar o objetivo traçado pelo Acordo de Paris — limitar o aumento da temperatura global a 2 graus Celsius —, aproximadamente US$ 40 trilhões deverão ser investidos em soluções ambientais até 2030.

Essa quantia, de acordo com a Agência Internacional de Energia, será necessária para bancar pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias e para aumentar o uso das tecnologias já disponíveis.

A boa notícia é que o investimento em energia renovável está aumentando, de acordo com um novo relatório, o Tendências Globais de Investimentos em Energia Renovável 2015*. Os gráficos abaixo mostram o quanto e onde.

Gráfico explica o Novo Investimento Global em Energia Renovável (UNEP, Bloomberg New Energy Finance)
Gráfico mostra crescimento do investimento global em energia renovável de 2004 a 2014 (UNEP, Bloomberg New Energy Finance)

Quem vai pagar?

Governos municipais, estaduais e federais ao redor do mundo, muitas vezes em parceria com o setor privado, vão pagar para implementar ferramentas já existentes de energia limpa — painéis solares fotovoltaicos, turbinas eólicas e baterias para armazenar energia. Fundações, universidades, fundos de pensões e investidores de risco também vão ajudar.

Como o dinheiro será gasto?

Tecnologias de energia limpa com eficiência comprovada precisam de mais adeptos; então, quando os países começarem a assinar o Acordo de Paris, no próximo Dia da Terra (22 de abril), a primeira medida que eles vão tomar será atualizar sistemas antigos —instalar medidores inteligentes para monitorar de maneira mais eficiente o consumo de energia, por exemplo — e depois instalar novas tecnologias de geração e distribuição de energia.

Os padrões de gastos recentes vão continuar: a energia solar está ganhando força, especialmente em economias emergentes. O Brasil aumentou seu investimento em energia renovável com US$ 7,6 bilhões em 2014, seguido de perto pela Índia, com US$ 7,4 bilhões.  Energias eólica e geotérmica estão ganhando terreno, enquanto a hidrelétrica vai aumentar onde a água é abundante.

Muitas cidades, como Los Angeles, Nova Délhi e Pequim, querem mais investimentos em veículos elétricos para reduzir a poluição do ar. E são aguardadas mais pesquisas e novidades sobre baterias com maior capacidade de armazenamento para aperfeiçoar os veículos elétricos (e permitir a utilização mais completa de energias solar e eólica).

Melhorar a captura e o armazenamento de carbono para reduzir o impacto do consumo de combustíveis fósseis também vai exigir investimentos imediatos e de longo prazo. Finalmente, é provável que haja uma exploração mais intensa de biomassa de baixa emissão de carbono, além de energia das ondas, células de combustível e biocombustíveis.

Onde?

Se o passado prevê o futuro, dê uma olhada no que foi feito em 2014 por países em desenvolvimento, com a China na liderança. Os chineses ficaram a poucos bilhões de dólares de superar os investimentos de países desenvolvidos. Eles estabeleceram novos recordes em financiamento de energia solar, enquanto os europeus quebraram recordes de investimentos em energia eólica marítima.

Gráfico explica o Novo Investimento Global em Energia Renovável por região (UNEP, Bloomberg New Energy Finance)
Gráfico mostra novos investimentos globais em energia renovável por região (UNEP, Bloomberg New Energy Finance)

Se as tendências globais continuarem, a próxima década terá pesquisas, testes e implementação de tecnologias mais inteligentes em todo o mundo.