
Em San Pedro Sula, Honduras, Liliam Xiomara Valenzuela Ulloa não tinha certeza se deveria usar um computador tablet para aprender sobre investimentos e finanças pessoais. Mas depois de dois meses, valeu a pena. Ela se manteve dentro do limite de seu orçamento e economizou o suficiente para comprar um forno.
Ela transformou suas habilidades culinárias em um negócio, e hoje, sua padaria está indo muito bem.

“Comecei produzindo [pães com] 2 kg de farinha, e agora eu produzo [com] 8 kg e vendo tudo”, disse ela à Fundación Capital, a organização sem fins lucrativos que criou o curso digital. “As pessoas vêm procurar mais pão.” Liliam disse que, como resultado, tem mais dinheiro e tempo para se dedicar à sua família.
Muitas das mulheres nunca usaram um computador antes de usar o aplicativo financeiro da Fundación Capital chamado “Lista”, que significa “pronta” em espanhol. Mas o curso do aplicativo voltado para tablets está mudando a vida de mulheres em toda a América Central e do Sul.
“Estamos começando a ver essas iniciativas inspiradoras e geradoras de novos empreendimentos”, disse Ana Pantelić, da Fundación Capital, referindo-se a mulheres que abrem seus próprios negócios depois de usar o aplicativo Lista.
Hoje, mais de 2 bilhões de adultos em todo o mundo não têm acesso ao sistema financeiro formal. Em parceria com a Fundación Capital e outras organizações não governamentais, a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional está trabalhando para mudar isso.
Esses grupos estão tentando disponibilizar o aplicativo Lista para 400 mil novos usuários na América Central e do Sul até agosto de 2018. A Iniciativa Lista começou em 2012 na Colômbia e já atingiu mais de 250 mil pessoas em Honduras, Brasil, México e República Dominicana.
Ana disse que parte do sucesso do programa decorre de tornar a educação financeira interativa — e divertida. O aplicativo inclui animações que fornecem informações básicas sobre poupança e o uso de caixas eletrônicos bancários. Também possui depoimentos em vídeo de mulheres que fizeram o curso e estão tendo sucesso.

O programa está provocando grandes mudanças em Honduras, onde mulheres empresárias passaram dois meses com os tablets. As participantes descreveram o aplicativo como se fosse ter um “professor nas mãos”, disse Ana, que cresceu nos Estados Unidos e na Sérvia. “É como ter uma experiência individualizada com um professor.”
As mulheres que completam o programa não ficam com os tablets, mas compartilham o que aprendem com outras pessoas. Em San Pedro Sula, por exemplo, o grupo de 96 empreendedoras capacitadas com a ajuda de tablets passou seus novos conhecimentos para cerca de 4 mil membros da comunidade.
“O que realmente queremos garantir é que haja oportunidade para todos e que haja conhecimento para todos. E a partir daí, as pessoas podem tomar suas próprias decisões”, disse Ana.
Esse projeto está entre vários que os grupos americanos apoiam a fim de expandir o uso de tecnologia por parte das pessoas. A Cúpula de Empreendedorismo Global de 2017, por exemplo, acontecerá de 28 a 30 de novembro em Hyderabad, na Índia, com foco em mulheres empresárias, pois elas possuem uma chave importante para desbloquear a prosperidade em seus países. A assessora da Casa Branca, Ivanka Trump, liderará a delegação dos EUA.