
Para muitos americanos, a comida asiática costumava significar chop suey, chow mein ou outros pratos de estilo chinês. Não mais. Hoje, os americanos têm restaurantes e mercearias que refletem a culinária japonesa, tailandesa, coreana, asiática, indiana, birmanesa, entre outras.
Em seu documentário “Off the Menu*” (Fora do cardápio, em tradução livre), a cineasta coreana-americana Grace Lee viajou para destinos mais incomuns a fim de explorar como os alimentos refletem o lado do Pacífico Asiático em constante evolução nos Estados Unidos.
Grace tem visto uma mudança na conscientização dos americanos com relação à culinária asiática ao longo das últimas décadas desde a época em que foi criada em Columbia, Missouri, onde havia algumas famílias asiáticas.

“Nós meio que mantivemos o nosso kimchi (condimento coreano) para nós mesmos na geladeira do nosso porão”, disse ela, referindo-se a um prato nacional coreano que consiste em pimenta e legumes fermentados.
Hoje, o kimchi é tão popular que é utilizado como condimento e não como prato principal ou secundário, diz ela.
Tofu no Texas
Tofu é outra adição popular para o menu americano. Ele está aparecendo em lugares como o Texas, onde Gary Chiu, filho de imigrantes de Taiwan, é o dono da Banyan Foods, a mais antiga fábrica de tofu do estado.
“Em 2000, nós começamos a fazer rolinhos primavera de tofu”, disse Grace. “Em 2005, começamos a fazer tamales de tofu, que é uma fusão asiática tex-mex [culinária de fronteira, surgida na divisa do México com o Texas]”.
Grace diz que o negócio da família de Chiu é um exemplo de como asiáticos americanos se adaptaram a outras culturas.
“Pode não ser autenticamente chinês ou autenticamente mexicano por causa do tofu como ingrediente, mas reflete a sua existência como asiáticos americanos no Texas, onde há uma cultura tex-mex, comida tex-mex, e, na verdade, na fábrica os funcionários latinos são maioria. Portanto, eles estão também, em parte, fazendo uma fusão de suas culturas”, disse ela.

Curry em Wisconsin
No templo sique em Oak Creek, Wisconsin, os membros do templo dizem que langer, refeição comunal aberta a todos, ajudou na superação do trauma depois de um tiroteio na cidade em 2012 que deixou seis pessoas mortas.
Quando a tragédia ocorreu, a comunidade sique estava preparando a langer. “Nós acreditamos que a razão pela qual a comida é importante é porque você não pode rezar, não pode estar em sintonia com Deus, a menos que sua barriga esteja cheia”, um membro do templo disse à Grace no filme.
Outra pessoa explica: “Não temos medo de ninguém que venha ao gurdwara [templo]. Ainda assim, nossas portas estão abertas, nossos corações estão abertos, nossa langer está aberta para eles. E nos sentimos honrados quando eles vêm até nós e se juntam a nós em nossa langer.”
* site em inglês