Há um ano, em 16 de março, a Rússia orquestrou um referendo ilegal na Crimeia que violou a Constituição ucraniana e foi condenado pela comunidade internacional. Esta é a segunda de uma série de cinco partes sobre os custos que as ações da Rússia impuseram à Crimeia. A primeira é intitulada Custos para a Crimeia, um ano após a ocupação russa.

Em pronunciamento proferido em 2 de março no Conselho de Direitos Humanos, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, observou que na Crimeia há desaparecimentos, mortes e tortura e que as pessoas são processadas e perseguidas por serem quem são e por onde professam sua fé.

Ele estava falando de pessoas como Reshat Ametov, 38 anos, trabalhador da construção civil, casado e pai de três filhos, tártaro e adversário declarado da ocupação russa da Crimeia.

Segundo os parentes de Ametov, ele foi visto pela última vez em 3 de março de 2014, durante um protesto no centro de Simferopol, a principal cidade da Crimeia. Lá, três homens não identificados usando roupas militares sequestraram Ametov. Várias semanas depois Ametov foi encontrado morto (site em inglês, francês e outros três idiomas); seu corpo tinha sinais de tortura.

Padrão perturbador

Desde o início da ocupação russa da Crimeia em março de 2014, o Kremlin e seus agentes submeteram membros de minorias étnicas da Crimeia (em particular os tártaros), ativistas de direitos humanos e aqueles que se opuseram à tentativa de anexação da Crimeia pela Rússia a sistemáticos abusos contra os direitos humanos.

  • Vários tártaros da Crimeia (PDF em inglês) que haviam protestado contra a ocupação russa antes de sua tentativa de anexação foram presos e acusados de violar a lei russa, apesar de a lei em questão não estar em vigor na época do protesto.
  • Jornalistas e blogueiros têm sido “ameaçados, agredidos, atacados fisicamente, proibidos de entrar, interrogados e sequestrados; seus equipamentos são confiscados ou danificados”, segundo a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, que informa que a liberdade da mídia na Crimeia está “nos níveis mais baixos de todos os tempos (site em inglês).”
  • Casas, escolas e outros locais frequentados por tártaros são rotineiramente inspecionados, (site em inglês), segundo reportagens da imprensa, sob o pretexto de busca de armas, drogas ou literatura proibida.

Essas violações dos direitos humanos resultaram em um êxodo (artigo em inglês) de cerca de 10 mil pessoas — entre católicos, evangélicos e outros cristãos, além de judeus e tártaros — da Crimeia para outras regiões da Ucrânia.

Saiba mais sobre os custos das ações da Rússia na Ucrânia seguindo a hashtag (em  inglês)  #UnitedforUkraine (#UnidospelaUcrânia).