Civis ucranianos corajosos estão fazendo contribuições extraordinárias em apoio à liberdade de seu país diante da agressão da Rússia. Uma série do ShareAmerica, Defendendo a Ucrânia, traça o perfil de algumas das pessoas que exemplificam esse espírito indomável.
Em 2014, quando a Rússia invadiu ilegalmente a Ucrânia, incluindo partes da região de Donbass, Yana Zinkevych era uma estudante do ensino médio que planejava se tornar médica. Ela queria fazer sua parte para ajudar seu país sitiado.

Ao se formar, ela se juntou ao Corpo de Voluntários Ucranianos em Donbass, onde era responsável por fornecer assistência médica. Um número limitado de médicos trabalhava em áreas de conflito.
“Não havia ninguém para tratar dos feridos*”, disse ela à The New Yorker. “Eu entendi que tinha de fazer alguma coisa.” Então ela fundou a Hospitalários, organização paramédica voluntária. O slogan da agência é “pelo bem de cada vida”.
Yana teve a ideia do nome da organização depois que um padre compartilhou a história* dos Cavaleiros Templários e dos Cavaleiros Hospitalários enquanto ela e outros procuravam abrigo para se protegerem do bombardeio em Donbass.
Ela disse que começou a pensar então que se vivesse para ver o dia seguinte — “porque o bombardeio era constante” — ela lançaria uma unidade médica e a chamaria de Hospitalários.
O grupo começou pequeno, com um punhado de voluntários e um veículo. Tem crescido constantemente nos últimos nove anos. Em um dia típico, a equipe atende entre 10 e 12 pessoas, ajudando soldados e civis.
Yana liderou mais de 200 evacuações antes de ser ferida em um acidente de carro em 2015 que a deixou paralisada da cintura para baixo. Ela continua treinando voluntários sobre como tratar as vítimas.
A BBC incluiu Yana Zinkevych em uma lista das cem mulheres mais inspiradoras e influentes* de 2022. Yana é membra do Parlamento e ganhou o prêmio da Ordem do Mérito da Ucrânia.

A Hospitalários continua a fazer o trabalho de salvar vidas, muitas vezes correndo um grande risco pessoal. Tatiana Vasilchenko, 49, se aposentou* como contadora e recebeu capacitação na Hospitalários a partir de 2021. Ela foi para Mariupol em 23 de fevereiro de 2022, um dia antes da invasão em grande escala da Rússia, e foi mantida em cativeiro por cinco meses na usina siderúrgica Azovstal antes de ser libertada. O presidente, Volodymyr Zelenskyy, homenageou Tatiana e outras pessoas durante uma cerimônia em dezembro de 2022.
Outra voluntária, Anastasia Fomitchova, natural de Kiev que morava na França, foi capacitada na Hospitalários em 2017 quando tinha 23 anos. “Senti que não estava fazendo o suficiente”, disse ela à The New Yorker.
Anastasia começou a entregar alimentos para tropas ucranianas em Donbass e continua a fazer viagens de volta à Ucrânia durante os intervalos de seus estudos universitários.
* site em inglês