Departamento de Estado homenageia seus heróis esquecidos

À esquerda: gravura de Moses A. Hopkins (Revista Sunday, de Frank Leslie)
À direita: retrato de Oliver Hazard Perry (Acervo do Museu da Academia Naval dos EUA)
Moses A. Hopkins, conforme visto em uma ilustração para a revista Sunday de Frank Leslie, à esquerda, e Oliver Hazard Perry em uma pintura do acervo do Museu da Academia Naval dos EUA (Revista Sunday, de Frank Leslie; Acervo do Museu da Academia Naval dos EUA)

O Departamento de Estado dos EUA está homenageando heróis esquecidos que deram a vida décadas atrás para promover a missão diplomática dos Estados Unidos.

Um embaixador nascido na escravidão, um herói da Guerra de 1812 e enviados diplomáticos à República do Texas acometidos pela febre amarela estão entre os 71 nomes históricos recentemente adicionados ao memorial em homenagem aos diplomatas mortos. O memorial é mantido pela Associação Americana do Serviço de Relações Exteriores (Afsa) no saguão da Rua C do Edifício Harry S Truman, sede do Departamento de Estado.

“Talvez não haja lugar no mundo onde este senso de sacrifício e este senso de comunidade sejam mais evidentes”, disse o secretário de Estado, Antony J. Blinken, em 7 de maio, ao homenagear as 71 novas adições ao memorial. Com essas inclusões, um total de 323 pessoas que morreram a serviço da diplomacia americana agora são homenageadas.

“Todos os dias, funcionários do Departamento de Estado passam por estes nomes — e, quando passamos, paramos um minuto para nos lembrar daqueles que vieram antes de nós e a contribuição deles ao povo americano”, acrescentou Blinken.

Placa memorial com colunas de nomes, rodeada por uma moldura de mármore (Associação Americana do Serviço de Relações Exteriores)
A placa memorial no saguão do Departamento de Estado homenageia centenas de pessoas que morreram enquanto representavam a missão diplomática dos Estados Unidos (Associação Americana do Serviço de Relações Exteriores)

Muitos dos nomes recentemente adicionados eram desconhecidos na dedicação do memorial original em 1933 no Edifício do Estado, da Guerra e da Marinha, agora chamado Edifício do Escritório Executivo Eisenhower.

Três autoridades do Serviço de Relações Exteriores — Jason Vorderstrasse, Lindsay Henderson e Kelly Landry — empreenderam um projeto de um ano para descobrir dezenas de nomes de heróis cujos legados foram perdidos para a história. Eles analisaram milhares de registros consulares manuscritos que datavam da década de 1790 e contaram com a ajuda do Escritório do Historiador do Departamento de Estado.

As adições recentes descobertas por sua pesquisa incansável incluem:

  • O comodoro Oliver Hazard Perry, que, depois de servir heroicamente na Guerra de 1812, foi em missão especial à Venezuela a fim de negociar um acordo antipirataria com o presidente Simón Bolívar. Perry contraiu febre amarela e morreu em 23 de agosto de 1819.
  • William Murphy, A.M. Green e Tilghman Howard, que serviram como enviados diplomáticos à República do Texas. Eles contraíram febre amarela e morreram entre julho e agosto de 1844.
  • Moses A. Hopkins, que nasceu na escravidão, mas aprendeu a ler aos 20 anos e mais tarde fundou uma escola e uma igreja em Franklinton, Carolina do Norte. O Departamento de Estado nomeou Hopkins como embaixador na Libéria em 1885. Ele morreu em seu posto em decorrência de uma doença tropical por volta de 3 de agosto de 1886.

Outros novos nomes revelados na parede do memorial no Dia das Relações Exteriores, 7 de maio, incluem Homer White, Richard Dunning, Willard Fisher Jr. e Joseph Capozzi. Esses quatro mensageiros morreram em acidentes de avião na África entre 1945 e 1962, enquanto transportavam documentos confidenciais para missões diplomáticas.

O presidente da Afsa, Eric Rubin, saudou as contribuições dos mortos em combate e de todos que ajudaram a expandir o memorial.

“Honramos a memória de nossos colegas que fizeram o maior sacrifício a serviço de nosso país e agradecemos ao Departamento de Estado por sua cooperação em tornar possível este memorial maior”, disse Rubin em um comunicado emitido em nome dos mais de 16 mil membros da Afsa, na ativa e aposentados.