Enquanto a Nigéria aguarda as eleições de 2019, funcionários do Departamento de Estado dos EUA dizem que boa governança — do tipo que responde às necessidades dos cidadãos e elimina a corrupção — pode deslanchar todo o potencial do país.
Há muito a considerar.
A Nigéria, o país mais populoso da África, representa a maior economia da África Subsaariana.
E, graças à sua crescente população jovem, a Nigéria está em vias de se tornar o terceiro país mais populoso do mundo até 2050, disse o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, Thomas Shannon, que chama a toda a África de “lugar de amigos e parceiros confiáveis“.

“As eleições pacíficas e transparentes da Nigéria, em março de 2015, mostraram aos demais países da África e ao mundo que uma sociedade complexa e diversa poderia realizar transições de liderança pacíficas e democráticas”, disse Shannon em 28 de setembro. “À medida que o país se encaminha rumo às eleições estaduais e às eleições nacionais de 2019, os Estados Unidos estão prontos e dispostos a oferecer nossa assistência técnica, como já fizemos no passado.”
Shannon e outros dois funcionários do Departamento de Estado teceram esses comentários em Washington durante uma conferência organizada pelo Instituto da Paz dos EUA, que possui natureza não partidária e promove a paz em áreas de conflito. A conferência recebeu a seguinte denominação: “Nigéria: Desafios e Perspectivas para o Avanço da Paz Duradoura”.
Momento da virada
A relação dos EUA com a Nigéria passou por uma reviravolta após as eleições históricas e justas que o país realizou em 2015. Elas marcaram a primeira vez que um candidato da oposição ganhou uma eleição presidencial.

“Eleições livres, justas e pacíficas garantirão que os ganhos democráticos continuem a ser consolidados”, disse Thomas Hushek, secretário adjunto em exercício do Bureau de Conflitos e Operações de Estabilização, que integra o Departamento de Estado.
É importante que a Nigéria dê continuidade ao impulso das eleições de 2015 no período que antecede as eleições estaduais e gerais, afirmou Sandra Clark, diretora do Escritório de Assuntos da África Ocidental do Departamento de Estado. Os EUA estão apoiando esforços para construir instituições mais eficazes e responsáveis que sejam adequadas aos cidadãos nigerianos, disse ela. Isso inclui o aumento da capacidade das organizações da sociedade civil nigeriana que auditam as despesas governamentais e exigem prestação de conta.
Sandra considera a boa governança como o catalisador de uma resolução de conflitos conduzida de modo sustentável em todo o país e de seu sucesso contínuo como uma democracia e uma força econômica.
“A boa governança não é apenas essencial para a futura estabilidade da Nigéria, mas também para o seu crescimento econômico — ambos estão interligados”, disse Sandra. ”Ao longo da minha carreira, em que tenho sido principalmente conselheira econômica, vi a importância da governança para empresas e investidores. A boa governança significa políticas econômicas previsíveis e sistemas judiciais transparentes que funcionam bem.”
Este artigo foi escrito pela escritora freelance Lenore T. Adkins