Eles correm para auxiliar em qualquer crise… e cozinham

Mulher manuseia embalagens de comida (Cortesia: Cozinha Central Mundial/WCK.org)
Integrante da equipe do Cozinha Central Mundial prepara refeições embaladas individualmente em um restaurante em Kiev, na Ucrânia (Cortesia: Cozinha Central Mundial/WCK.org)

Quando um desastre ocorre em todo o mundo, trabalhadores e voluntários associados à Cozinha Central Mundial correm para preparar refeições frescas e servi-las aos sobreviventes.

O chef e filantropo José Andrés fundou a Cozinha Central Mundial* em 2010, depois que um terremoto devastador atingiu o Haiti, matando 300 mil pessoas, danificando gravemente a infraestrutura e deslocando centenas de milhares de sobreviventes.

A primeira grande operação da cozinha ajudou a alimentar aqueles sobreviventes.

Desde então, a organização sem fins lucrativos já serviu mais de 250 milhões de refeições. Somente neste ano, doadores de todo o mundo ajudaram a organização sem fins lucrativos a arrecadar mais de US$ 450 milhões. “Nós adaptamos e aproveitamos o poder dos alimentos para criar um amanhã melhor”, disse Andrés no Twitter. “Onde houver uma luta para que os famintos possam comer, estaremos lá.”

A organização sem fins lucrativos com sede em Washington cria cozinhas comunitárias que mobilizam recursos de parceiros locais — que incluem food trucks, cozinhas de emergência e restaurantes da região.

José Andrés coloca alimentos em sacola segurada por mulher (Cortesia: Cozinha Central Mundial/WCK.org)
José Andrés ajuda moradores de Bucha, nos arredores de Kiev, na coleta de alimentos para viagem (Cortesia: Cozinha Central Mundial/WCK.org)

Cozinhando sob pressão

A Cozinha Central Mundial concentra muito de seu trabalho na alimentação de pessoas que sobreviveram a desastres naturais. A organização sem fins lucrativos usa dados climáticos a fim de ajudar a prever os locais com maior probabilidade de sofrer desastres naturais e mantém contato com parceiros em todo o mundo. Mas a Cozinha Central Mundial também ajuda durante os conflitos. Depois que Vladimir Putin lançou sua nova invasão não provocada na Ucrânia em 24 de fevereiro, a Cozinha Central Mundial entrou em ação para implementar a iniciativa Chefs pela Ucrânia, um coletivo de chefs ucranianos que opera em sete países além da Ucrânia — Polônia, Moldávia, Eslováquia, Romênia, Hungria, Alemanha e Espanha.

Até o momento, a Chefs pela Ucrânia já serviu mais de 176 milhões de refeições — incluindo refeições quentes no local e kits de comida que as pessoas podem levar para casa — a deslocados na Ucrânia e refugiados que deixaram o país. Seu trabalho muda de acordo com as necessidades e o fluxo de pessoas.

A cozinha continua em operação apesar de dois ataques de mísseis russos, em abril e junho, que atingiram locais afiliados à Cozinha Central Mundial na Ucrânia. Um atingiu uma cozinha de emergência, ferindo quatro de seus funcionários. O outro atingiu um dos vagões da organização sem fins lucrativos que estava cheio de comida.

“Operar em uma zona de guerra traz desafios extremos e um cenário em constante evolução”, disse Erich Broksas, colíder executivo interino e diretor de Operações da organização sem fins lucrativos. “O inverno na Ucrânia chegou e com ele uma necessidade mais profunda de apoiar os ucranianos enquanto eles dão continuidade a seus esforços, e esperamos ver a guerra chegar ao fim.”

Mulher jovem coloca alimentos em caixote segurado por mulher mais idosa (Cortesia: Cozinha Central Mundial/WCK.org)
Uma integrante da equipe da Cozinha Central Mundial distribui refeições preparadas na hora em Kiev (Cortesia: Cozinha Central Mundial/WCK.org)

Ao redor do mundo

A Cozinha Central Mundial despachou trabalhadores do setor de alimentação para todo o mundo este ano, inclusive México e Brasil.

As fortes chuvas no Brasil e as inundações repentinas em Petrópolis em fevereiro e março, e em Pernambuco em maio, mataram mais de 300 pessoas e desabrigaram milhares. A Cozinha Central Mundial serviu 36 mil pratos quentes e distribuiu 2 mil kits de alimentação em Pernambuco. Em Petrópolis, a organização alimentou socorristas, famílias deslocadas e pessoas em regiões vizinhas que não tiveram acesso à ajuda.

No México, a principal equipe de ajuda emergencial da organização sem fins lucrativos ajudou comunidades em Oaxaca depois que o furacão Agatha atingiu a região em maio, um desastre que deixou 11 mortos e 200 mil pessoas sem energia. A organização sem fins lucrativos apoiou 43 comunidades distribuindo 41 toneladas de alimentos e 36 mil refeições quentes, sanduíches e frutas.

A equipe da cozinha aprende com as comunidades a preparar refeições com gostinho de casa. Quando servem pessoas no Haiti ou nas Bahamas, cozinham legim, um ensopado de vegetais servido com arroz branco. Na Ucrânia, os trabalhadores têm servido refeições com borsch ucraniano, sopa feita com beterraba vermelha.

“Nossos padrões culinários garantem que as pessoas que ajudamos após emergências por meio de alimentos recebam refeições nutritivas, culturalmente apropriadas, seguras para comer e servidas com dignidade”, disse Broksas.

* site em inglês