As agências responsáveis pela aplicação da lei estão cooperando para prender os criminosos que lucrarem com o abate de espécies em perigo de extinção. E não há tempo a perder.

A população do maior animal terrestre do mundo está diminuindo enquanto caçadores ilegais abatem elefantes africanos para comercializar suas presas de marfim. Esses animais majestosos e inteligentes poderão sobreviver apenas mais algumas décadas se o derramamento de sangue continuar, afirmaram especialistas em uma conferência internacional sobre o tráfico de vida selvagem em Botsuana em 25 de março.

Um ano após a Declaração de Londres sobre o Comércio Ilegal de Vida Selvagem, delegados de mais de 30 nações se reuniram novamente para fazer um balanço do progresso e melhorar a cooperação internacional.

O procurador-geral adjunto dos EUA, general John C. Cruden (site em inglês) delineou como os Estados Unidos estão usando um leque de poderes governamentais para cumprir os compromissos de Londres de 2014. Uma abordagem para um ataque de três frentes ao tráfico de vida selvagem visa:

  • fortalecer a investigação doméstica e global.
  • reduzir a demanda de vida selvagem comercializada ilegalmente.
  • criar uma iniciativa de cooperação e compromisso internacional para combater o tráfico de vida selvagem.
As autoridades queimaram seis toneladas de marfim ilegal na Etiópia em março de 2015. Destruir o marfim destrói o motivo que leva ao lucro para os traficantes de vida selvagem (© AP Images)

“Promotores públicos dos Estados Unidos trabalham estreitamente com investigadores em todo o país e ao redor do mundo para trazer à tona causas fortes”, afirmou Cruden. Uma aplicação da lei forte e eficaz em todos os níveis “eliminará o lucro do tráfico de vida selvagem”.

No último ano, os Estados Unidos:

  • processaram e garantiram condenações em inúmeros casos que envolviam venda no mercado negro de produtos banidos, tais como chifre de rinoceronte, marfim de elefante e presas de narval.
  • confiscaram milhões de dólares em lucros e produtos ilegais.
  • fortaleceram controles domésticos sobre a importação, a exportação e a venda de marfim de elefante africano, chifre de rinoceronte e outros produtos banidos.
  • investiram cerca de US$ 60 milhões em programas internacionais visando deter o tráfico de vida selvagem nestes países: República do Congo, Camarões, República Centro-Africana, dentre outros.

O presidente Obama incluiu controles de tráfico de vida selvagem em discussões realizadas em 2014 com outros líderes, afirmou Cruden. A estratégia dos EUA conta com a parceria em todos os níveis de governo e o setor privado em um ataque unido contra o “comércio ilegal pernicioso de vida selvagem”, disse ele.

A cooperação internacional de aplicação da lei contra o tráfico de vida selvagem continuou mesmo enquanto a reunião em Botsuana era realizada. Em 25 de março, as forças de aplicação da lei dos EUA e do Canadá anunciaram (site em inglês) a sentença de prisão de 30 meses para um antiquário canadense que foi pego contrabandeando artigos feitos de chifre de rinoceronte, marfim de elefante e coral.

Os consumidores têm o maior poder para combater o tráfico ilegal de vida selvagem. Recuse-se a comprar produtos feitos de animais em perigo de extinção.