Empresa americana em Israel desenvolve setor tecnológico palestino

Às vezes empresas podem construir pontes que a política não consegue.

Nos últimos nove anos, a Cisco Systems Inc., empresa de redes e comunicações dos EUA, tem investido fortemente no setor de tecnologia da informação (TI) e de comunicação na Palestina através de sua divisão israelense.

Em 2008, o então CEO da Cisco, John Chambers, e o então presidente de Israel, Shimon Peres, lançaram uma iniciativa de cidades digitais a fim de criar relações comerciais entre cidades árabes e judaicas. Chambers se comprometeu a investir US$ 10 milhões ao longo de quatro anos, empreendimento que ele chamou de novo modelo de criação de empregos.

John Chambers na frente de telão de projeção com frases e imagem do globo (© AP Images)
Desde que o CEO da Cisco, John Chambers, lançou investimentos no setor de tecnologia dos territórios palestinos, o setor continua a crescer (© AP Images)

Ao investir tanto na infraestrutura palestina como na capacitação de seus empreendedores no setor de tecnologia de informação e comunicação, a Cisco em Israel ajudou empresas start-up do país a competir por trabalhos terceirizados com outros mercados como a Índia.

Os resultados falam por si só. Ao longo dos quatro anos da iniciativa original, a porcentagem do PIB palestino atribuível ao setor de tecnologia aumentou oito vezes. O número de clientes internacionais adquiridos por empresas de tecnologia nos territórios aumentou em 64%.

A própria Cisco está entre as empresas que empregam engenheiros dos territórios. “Começamos com dez funcionários, posteriormente chegando a 40”, afirmou Zika Abzuk, que supervisionou o Compromisso de Investimento na Palestina* para a Cisco. “Alguns projetos fecharam e novos projetos foram abertos, mas mantivemos 40 engenheiros palestinos trabalhando para nós.”

Zika e seus colegas estavam ansiosos para fazer apresentações entre empreendedores palestinos e outros líderes do campo tecnológico de Israel, como a Hewlett-Packard e a Microsoft, incentivando a formação de parcerias com empresas palestinas.

Zika continua otimista em relação a mudanças políticas que melhorarão o clima de negócios entre Israel e a Cisjordânia. “Acredito que parte disso poderia vir das mudanças econômicas que estamos tentando realizar. Empresas embrionárias de Israel começaram a usar as empresas palestinas, e há um interesse cada vez maior em dar continuidade a essa prática.” Mellanox Technologies, fornecedor israelense de dispositivos de rede, emprega 100 engenheiros palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, informou Zika. “E a Microsoft está procurando empregar mais funcionários, e é o que está acontecendo.”

* site em inglês