O café é a principal exportação da Etiópia, no valor de US$ 851 milhões em 2014. É responsável pela subsistência de 15 milhões de etíopes, segundo a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), que está trabalhando para impulsionar o setor cafeeiro a níveis mais altos de sucesso.
Investimento para mudar o jogo

Embora o café seja um produto bem estabelecido da Etiópia, sua cadeia de valor ainda não atingiu seu pleno potencial. É por isso que os EUA elegeram o setor cafeeiro da Etiópia como foco do projeto Desenvolvimento do Mercado do Agronegócio, parte da iniciativa Alimentar o Futuro*. Por meio desse projeto, a Usaid capacita pequenos cafeicultores em melhores métodos de colheita, processamento e armazenamento que melhoram a comercialidade de seus grãos.
Alemu Abagero é cafeicultor em Oromia. Antes do treinamento, ele colhia junto frutos de café verdes, maduros e supermaduros, depois secava e os vendia ao mercado local.
Agora Abagero colhe somente os frutos maduros. Ele vendeu um lote inicial para processamento, ganhando 20% a mais do que costumava ganhar. Secou um outro lote em uma área bem ventilada para manter a qualidade e depois vendeu os frutos, novamente a um bom preço. Escalonou a colheita para permitir que as plantas continuem saudáveis e produzam todos os anos.
Desde 2011, a produção de café da Etiópia por hectare aumentou 45% nas áreas onde a Usaid trabalha, disse Robert Sauers, da agência.
Ajuda é bom. Comércio é melhor.
A história de Abagero é local. No entanto, é parte de um esforço maior em direção a café de alta qualidade e mais comércio com o resto do mundo. A Usaid ajudou a melhorar o processo de lavagem do café da Etiópia e a simplificar seu sistema de classificação do café. Trabalhou com os etíopes para ampliar a rastreabilidade de modo que os compradores saibam que a Etiópia é a fonte do café que preparam.

A rastreabilidade “é um investimento que muda o jogo” com benefícios significativos tanto para os produtores quanto para os compradores de café, segundo Sauers.
Em maio de 2013, o laboratório de café da Bolsa de Mercadorias da Etiópia se tornou o primeiro da África a atender aos padrões de qualidade da Associação de Cafés Especiais dos Estados Unidos*. O reconhecimento aumentou o valor das marcas etíopes de café, que ganharam a confiança de compradores americanos e internacionais.
Cinco meses depois, a East Coast Impact Angel Network, grupo de investidores-anjo na Costa Leste dos Estados Unidos, investiu em uma nova instalação de processamento de café e em treinamento de mais cafeicultores locais.
Como sinal da crescente reputação do café etíope no mundo, em 2016 a Etiópia sediará a quarta conferência mundial de café da Organização Internacional de Café**.
Para saber mais sobre como os alimentos produzidos por sua comunidade podem atender aos padrões internacionais, consulte o Codex Alimentarius*** da ONU. Pequenos agricultores se beneficiam ao se unir em cooperativas*, que lhes ajudam a estabelecer reputação como fonte de produtos de qualidade. Interessado em abrir uma cooperativa? Saiba mais no site da Aliança Internacional de Cooperativas**.
*site em inglês
**site em inglês com opção de português
***site em inglês e outros quatro idiomas