Mosaico de fotos de vítimas de fentanil (© Alex Wong/Getty Images)
Fotos de vítimas de fentanil estão em exibição no Memorial Rostos de Fentanyl na sede da Administração de Fiscalização de Drogas dos EUA em 27 de setembro de 2022, em Arlington, Virgínia (© Alex Wong/Getty Images)

Lillianna Alfaro* havia se formado recentemente em uma escola de ensino médio de Wisconsin quando comprou na rua o que pensava ser Xanax, medicamento de prescrição para tratar a ansiedade.

Em vez disso, o traficante vendeu pílulas falsas que continham fentanil. Esse opioide sintético pode ser 50 vezes mais forte que a heroína* e cem vezes mais forte que a morfina. Isso a matou.

Em todo o mundo, os opioides continuam sendo o grupo de drogas mais letal, respondendo por dois terços das mortes relacionadas diretamente às drogas, de acordo com um relatório de 2022 do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime.

O número estimado de pessoas que usaram opioides em 2020 foi o dobro de 2010, informou a ONU.

Crise do fentanil atingiu primeiro os EUA

Nos Estados Unidos e no Canadá, o fentanil está levando as mortes por overdose a níveis recordes**.

Mas não é apenas um problema da América do Norte. “Sabemos que vai se espalhar para outros lugares do mundo”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, em 28 de abril, depois de se reunir com prefeitos de todo o Continente Americano visando abordar a crise dos opioides sintéticos na Cúpula das Cidades das Américas em Denver.

“As empresas criminosas que estão envolvidas na produção e na distribuição de opioides sintéticos como o fentanil estão tentando criar mercados em outros lugares*”, afirmou o secretário.

Pó branco na ponta de um lápis (Administração de Fiscalização de Drogas)
Apenas 2 mg de fentanil constituem uma dose letal para a maioria das pessoas — o suficiente para caber na ponta de um lápis ou o equivalente a alguns grãos de sal (Administração de Fiscalização de Drogas)

Fentanyl is an international problem for another reason: The chemicals that go into making fentanyl sold in one country often are manufactured somewhere else. Addressing such a threat demands a unified international response.

That is why the U.S. government is working closely with other governments — along with public health experts, doctors, business leaders and law enforcement officials — to tackle this challenge.

For example, at the Cities Summit of the Americas, the U.S. Department of State signed an agreement with Denver’s Office of the Medical Examiner to increase forensic capabilities throughout the Americas to support early detection of synthetic drugs and identify other drug trends. This collaboration will enhance efforts to combat fentanyl use in communities across the United States and abroad.

O fentanil é um problema internacional por outro motivo: os produtos químicos usados na fabricação do fentanil vendidos em um país geralmente são fabricados em outro lugar. Enfrentar tal ameaça exige uma resposta internacional unificada.

É por isso que o governo dos EUA está trabalhando em estreita colaboração com outros governos — juntamente com especialistas em saúde pública, médicos, líderes empresariais e agentes da lei — a fim de enfrentar esse desafio.

Por exemplo, na Cúpula das Cidades das Américas, o Departamento de Estado dos EUA assinou um acordo com o Gabinete do Médico Legista de Denver para aumentar as capacidades forenses nas Américas com o intuito de apoiar a detecção precoce de drogas sintéticas e identificar outras tendências relativas ao consumo de drogas. Essa colaboração aumentará os esforços visando combater o uso de fentanil em comunidades nos Estados Unidos e no exterior.

Esforço global coordenado

Os Estados Unidos estão liderando um esforço global coordenado com parceiros internacionais com o objetivo de interromper o comércio ilícito de drogas sintéticas. O esforço visa:

  • Prevenir a fabricação de drogas ilícitas.
  • Detectar ameaças de drogas que possam surgir no mercado ilegal.
  • Interromper o tráfico de drogas.
  • Abordar o financiamento ilícito.
  • Responder aos impactos na segurança pública e na saúde pública.

O esforço está dando resultado.

Em maio, o governo dos EUA convocou autoridades judiciais, policiais e de segurança* de 56 países para um intercâmbio de três semanas a fim de buscar ideias para combater o comércio de drogas sintéticas ilícitas. Representantes de Botswana, Equador, Marrocos, Noruega e Tailândia estiveram entre os participantes.

Também em maio, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou os resultados de uma operação internacional coordenada de repressão às drogas nos Estados Unidos, na Europa e na América do Sul. Ela incluiu 288 prisões e uma apreensão recorde de fentanil* vendido na dark web (parte da internet que é intencionalmente ocultada e não acessível por meio de mecanismos de busca convencionais).

O governo dos EUA também impôs sanções e/ou acusações contra operações de tráfico de fentanil, incluindo o cartel de Sinaloa, no México. O Departamento de Justiça descreve o cartel como “a maior, mais violenta e a mais prolífica operação de tráfico de fentanil do mundo*”.

“Ter a cooperação e a colaboração de países ao redor do mundo (…) é fundamental”, disse Blinken após sua reunião com os prefeitos.

O Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas é comemorado em 26 de junho.

* site em inglês
** site em inglês e outros cinco idiomas